Ex-diretor da Petrobras delata propina a governadores, senadores e deputados
O ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa [na foto com a governadora Roseana e o ministro Edson Lobão] disse que pelo menos 32 deputados e
senadores, um governador e cinco partidos políticos recebiam 3% de
comissão sobre o valor de cada contrato da estatal no período em que ele
comandava a diretoria de Abastecimento da empresa, entre 2004 e 2012. É
o que revela reportagem publicada esta tarde pelo site do jornal O
Estado de S. Paulo.
As informações foram
prestadas pelo ex-executivo em depoimento à Polícia Federal (PF) e fazem
parte da chamada delação premiada, mecanismo pelo qual o acusado tenta
amenizar sua pena com revelações importantes sobre o caso em que está
envolvido. Segundo o Estadão, o número de envolvidos pode crescer até o
final dos depoimentos.
De acordo com os
repórteres Andreza Matais e Ricardo Brito, Paulo Roberto contou que um
cartel de empreiteiras atuam em toda a Petrobras, beneficiando partidos e
políticos e grandes empreiteiras do país. “Num depoimento, ele citou
uma conta de um ‘operador do PMDB’ em um banco europeu”, diz o jornal. A
reportagem não informa quais parlamentares e legendas foram citadas no
depoimento. O esquema, segundo o relato de Paulo Roberto, envolvia do
terceiro ao primeiro escalão da companhia.
O Estadão informa que os
depoimentos serão enviados à Procuradoria-Geral da República por
envolverem parlamentares. Réu em duas ações penais – uma sobre ocultação
e destruição de documentos e outra sobre corrupção –, o ex-diretor da
Petrobras aceitou a delação premiada para escapar de uma pena que
poderia chegar a 50 anos.
Um dos principais alvos
da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Paulo Roberto é acusado de
ter recebido propina e de participar de um esquema de lavagem de
dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10
bilhões. Ele está preso em Curitiba, mas, pelo acordo firmado, deverá
ser posto em liberdade com uma tornozeleira assim que concluir a série
de depoimentos.
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