Deputada Cleide Coutinho pede vistas de projeto e desarticula armação na Comissão de Constituição e Justiça
O presidente da Comissão de
Constituição e Justiça, deputado Jota Pinto havia convocado para hoje, às
8h30, uma reunião para deliberar sobre os projetos que estão na ordem do dia,
entre os quais a Emenda Constitucional do deputado Tatá Milhomem (PSC)
alterando o prazo da eleição indireta para governador de 30 dias para 10 dias.
A deputada Cleide Coutinho (foto),
suplente da CCJ, convocada para substituir o titular, deputado Othelino Neto,
chegou à sala das comissões pontualmente às 8h20 e, para a sua surpresa, os
deputados Manoel Ribeiro, Edilázio Júnior, Alexandre Almeida e Rigo Teles já
havia aprovado a mudança de prazo, sem sequer a reunião ter começado.
Indignada, a parlamentar
reclamou da votação de afogadilho e foi questionada pelo deputado Manoel
Ribeiro, que perguntou: “o que é que a senhora está fazendo aqui?”. E ela
respondeu: “deputado o senhor nunca vai me ver em um lugar que não esteja legalmente
autorizada”.
Diante da atitude dos quatro
parlamentares, Cleide pediu vistas do processo por 48 horas para analisar e se
manifestar sobre a proposição que está sendo vista, fora e nos bastidores da Assembleia
Legislativa, como apenas uma imposição do Palácio dos Leões, que desejaria a
renúncia do atual presidente para entregar a ele o comando do estado e deixar
na presidência da Assembleia um aliado seu.
Já que a governadora garante
que sai dia cinco de dezembro, nada impede de Arnaldo Melo assumir o comando do
estado por 26 dias e retornar à presidência do Poder Legislativo, após passar a
faixa governamental. O problema é que a governadora, segundo corre nos
bastidores, exige que ele seja efetivado no cargo para que haja eleição para a
presidência da Casa.
O deputado Alexandre Almeida, no entanto, nega que haja estímulo palaciano. Ele afirma “o que existe é a vontade em aproveitar uma oportunidade e propor um projeto que certamente vai cumprir o seu papel, nada mais do que isso. Apenas querendo colaborar”. A oposição pensa justamente o contrário e não ver motivo para mudar as regras do jogo.