Golpe contra Dilma Rousseff
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o governador
eleito Flávio Dino disse que a presidenta Dilma é uma pessoa honesta e
que não tinha conhecimento das irregularidades ocorridas na Petrobras,
investigadas no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
“Eu tenho muita tranquilidade em afirmar perante o Brasil: a
presidenta Dilma é uma pessoa honesta. Eu conheço a presidenta Dilma.
Tenho absoluta certeza que ela não concorda com isso (desvios na
Petrobrás). Tenho absoluta certeza que ela não participou disso. E tenho
absoluta certeza que ela tem condições de levar o seu governo a frente,
apesar deste fato”, declarou Dino.
O ex-presidente da Embratur considerou o fato grave, “que vai causar um terremoto
político profundo”, mas classificou de “delirantes” as teses de
intervenção militar e de impeachment que tem surgido no país em função
das denúncias.
“Impeachment não é uma opção política. Impeachment no
presidencialismo é uma sanção diante de um crime de responsabilidade. Um
ato praticado pelo presidente da República pessoalmente, não por
terceiros. Não há nenhuma chance jurídica (de isso acontecer). No
presidencialismo, impeachment é exceção”, explicou.
Dino elogiou a atitude da presidenta Dilma em defender que tudo seja
investigado “sem que reste pedra sobre pedra” e que o juiz Sérgio Moro,
que comanda as investigações, além do ministro Teori Zavascki, relator
do processo no STF (Supremo Tribunal Federal) “são magistrados que vão
conduzir as investigações bem”. Ele também descartou que o fato de
delegados da Polícia Federal terem manifestados preferências políticas
possam contaminar o resultado das investigações.
Dino citou mais de uma vez que os acontecimentos relacionados à Lava
Jato vão provocar um terremoto no Congresso. “Estamos diante de fatos
que implodiram o sistema de organização do jogo político. A reforma
política se tornou um imperativo absoluto, o Congresso vai ter que
deliberar. Só lamento que vai deliberar no meio de um profundo
terremoto.”
Ainda sobre a reforma política, o governador eleito declarou que o
melhor caminho é buscar uma constituinte exclusiva para deliberar sobre
as mudanças no sistema político, mesma proposta defendida pelo PT e pela
presidente Dilma.
“Como tese, a da constituinte é a melhor de todas, em
função do nível de legitimidade e da participação popular.”