sábado, 2 de janeiro de 2016

2015, ano em que o Maranhão deu o primeiro passo para uma grande mudança 

por Ribamar Correa 

2015 entrará para a História do Maranhão como um marco. Foi o ano em que na prática o poder político mudou de mãos no estado, num processo democrático, sem traumas nem armações, pois a mudança fora determinada nas urnas em 2014. O comando do Poder Executivo foi entregue ao governador Flávio Dino (PCdoB), que liderou a virada e, com as rédeas sob controle, fez nos primeiros 365 dias do seu mandato um governo diferente, com viés reformista e inovador, mandando para o arquivo, ao que parece definitivamente, uma forma de poder longeva e que, depois de muitos altos e baixos, chegou naturalmente à exaustão. Coube ao advogado, professor, ex-juiz federal e ex-deputado federal, liderando uma nova geração de políticos, fazer essa transição, que até agora se deu com surpreendente equilíbrio e sem atropelos. O ano que termina alimentou a convicção de que, apesar da crise econômico-política que estremece o Brasil e ameaça as instituições democráticas, com a presidente da República sob risco de impeachment, o Maranhão viveu a plenitude do estado democrático de direito.

Não há como ler 2015 no Maranhão de maneira diferente. O governador Flávio Dino foi a grande personagem dessa história, independente da maneira como os mais de sete milhões de maranhenses o veem, aí incluídos, aliados, simpatizantes, céticos, arredios e adversários. E certamente consciente do seu papel e do seu desafio, ocupou todos os espaços na estrutura de gestão e na seara política. No primeiro ano de trabalho fez exatamente o que prometera na campanha e nos anúncios de início de mandato. Todas as ações implantadas e em curso no seu governo estavam previstas no seu programa, o que demonstra que não se deixou seduzir pela tentação de adotar medidas que pudessem redundar em equívocos.

À frente de uma equipe formada por jovens, o governador Flávio Dino chamou para si a responsabilidade por tudo o que aconteceu no seu primeiro ano de governo. E o fez centralizando o comando administrativo no seu gabinete, onde começa a trabalhar às 7 e segue por 14, 15 horas, em jornadas quase obsessivas – segundo o relato de um assessor -, ao longo das quais  despacha com secretários, indaga sobre tudo, cobra resultados, questiona providências, cumpre agenda formal, concede audiências, avalia problemas de última hora e costuma decidir como o governo deve agir. Em outra frente, interagiu com os chefes do Poder Legislativo, deputado Humberto Coutinho (PDT), e do Poder Judiciário, a então desembargadora Cleonice Freire, discutindo com eles pendências com franqueza pouco usada nesse tabuleiro. No campo político, o governador tem atuado para fortalecer sua base partidária, dedicando atenção especial ao robustecimento do seu partido, o PCdoB, estimulando também o reforço dos seus aliados, a exemplo do PDT, de olho nos próximos embates eleitorais.

E no cenário político nacional se manteve antenado com os movimentos de governo e oposição, regulou sempre o foco no Congresso Nacional e não descuidou de acompanhar todas as decisões importantes do Supremo Tribunal Federal, por exemplo. No sinuoso campo da política nacional, coordenou ações no estado e na região como líder das forças aliadas da presidente Dilma Rousseff (PT), e por esses movimentos consolidou-se como um dos líderes da sua geração no país.

O desempenho administrativo e a ação política do governador do Maranhão minaram as forças dos seus opositores, concentrados no que restou do Grupo Sarney, onde algumas vozes lhe fazem oposição cerrada, mas até aqui sem consequências, pois não há notícia de que Flávio Dino tenha alterado um grau da sua rota ou uma vírgula do seu discurso por causa de uma ação oposicionista. Foi acusado de perseguição política, mas não mudou a determinação de vasculhar as entranhas da máquina pública em busca de supostos malfeitos no recente passado administrativo do Estado. Atua convencido de que é assim que tem de ser numa democracia, ainda que correndo o risco de trombar com uma frustração lá na frente. Já percebeu que, apesar de todos os seus defeitos, a máquina pública não era o antro que ele imaginava, e que o governo que o antecedeu deixou-lhe os meios para iniciar sua gestão sem ter de recorrer a medidas extremas. Até aqui mandou investigar os sinais de desmando, sendo o mais nítido deles a suspeita de que o maior programa do governo anterior, o arrojado e controvertido Saúde é Vida, pode ter sido sangrado em R$ 1 bilhão.

Por outro lado, não se soube até aqui de desvios no seu governo que pudesse comprometer o seu discurso ou fragilizar os seus atos formais contra a corrupção. Duas ou três supostas escorregadelas de membros do governo foram punidas com mão pesada. Um exemplo: Rosângela Curado (PDT), responsável pela área de saúde do governo em Imperatriz e líder nas pesquisas para a Prefeitura de lá, foi demitida sumariamente diante da suspeita de que teria desviado recursos. A decisão desagradou seriamente o PDT, mas o governador se manteve inflexível.

O fato é que um ano depois da posse, o governador Flávio Dino é aprovado por 65% da população, o equivalente à votação que o elegeu em turno único em 2014, provavelmente a melhor entre seus colegas governadores. Mas quer dizer também que existem os insatisfeitos, que não o veem com bons olhos, que não concordam com sua maneira de governar e que torcem para que fracasse. Eles estão por aí e seus líderes e inspiradores têm identidade, não se escondem e têm endereço político certo. E mais do que isso, se preparam para juntar todas as suas forças para enfrentá-lo nas 217 guerras municipais que serão travadas no segundo semestre do segundo ano do seu governo.

Muita coisa aconteceu no Maranhão em 2015. Mas nada se comparou à mudança no comando administrativo e político do estado, porque não ocorreu apenas uma mera e rotineira sucessão. O que proporcionou a guinada radical atende pelo nome de alternância, que no caso maranhense pode até ser politicamente apelidada de revolução, tendo o governador Flávio Dino o privilégio de comandá-la. De preferência dando o passo largo na caminhada para transformá-lo de estado pobre, desigual e injusto em um braço rico, mais igual e mais justo da Federação. Que 2016 seja o tempo do segundo passo nessa direção.


Quase 90% dos vereadores de Caxias vão tentar reeleição
 
Dezessete dos 19 parlamentares da atual legislatura da Câmara Municipal de Caxias são pré-candidatos à reeleição em outubro. As exceções são Fábio Gentil (PSDC), pré-candidato ao Executivo, e Ana Lucia Ximenes (PTdoB), que segundo comentários de bastidores, não disputará a reeleição, a vaga de pré-candidato da atual presidente da Casa será preenchida pelo seu esposo, o ex-vereador Ximenes.
 

Dos atuais vereadores, somente sete deles já tiveram mais de um mandato na Casa. Os atuais campeões são Antonio Luis (PSB) e Catulé, cada um deles com seis mandatos. Fábio Gentil está no 4º mandato e Manoel da Caçamba no 3º mandato não sequencial, assumiu na atual legislatura na condição de suplente. Ana Lucia Ximenes e Thais Coutinho estão no 2º mandato legislativo. 

Exercem o 2º mandato, mas na condição de suplente, os vereadores Fátima da Baixinha, Elias do Gesso e Paulo Simão. Vale ressaltar que Fátima da Baixinha e Elias do Gesso já assumiram o cargo de vereador como eleito. A 1ª citada foi vereadora eleita em 2000 e o 2º vereador eleito em 1996.

Em 2012 foi reeleito para o 3º mandato legislativo Adelmo Soares (PC do B) que se licenciou do cargo oficialmente para assumir a Secretaria de Esportes. Ainda em 2012 se reelegeu pela 2ª vez sequencial, o atual secretario de Cultura, Léo Barata. Os outros dois vereadores que estão licenciados são Edilson Martins e Ronaldo Chaves, que não concorrerá a nenhum cargo nas eleições de outubro. 

São "marinheiros" de 1º mandato os seguintes vereadores: Luis Carlos Ximenes, Genival Moto Peças, Luis Lacerda, Neto do Sindicato, Jerônimo Ferreira e Durval Junior. 

Outros quatro vereadores "marinheiros" que estão no 1º mandato, mas possuem laços de família com a Casa do Povo, pois cada um deles já teve algum parente ocupando uma cadeira do legislativo municipal: Irmã Nelzir, o esposo Assis Alder foi vereador em 1996; Taniery Cantalice, a mãe Tânia Cantalice fez parte da legislatura 2000/2004; Benvinda, o esposo Dr. Zé Raimundo em duas oportunidades fez parte da edilidade e Mário Assunção, a tia Edmê Assunção (in memoriam) foi vereadora na longínqua década de 70.     

Alguns dos vereadores quando são consultados pelo Blog, como Mário Assunção, Irmã Nelzir, Fátima da Baixinha e Genival Moto Peças, mostram-se confiante na reeleição e dizem não temer a "porca" alegando possuir ''base eleitoral forte''. Oficialmente, os edis vão se declarar candidatos somente na convenção das legendas que serão realizadas no mês de junho. 

Por ordem alfabética reveja a votação na eleição de 2012 de cada ocupante das 19 cadeiras da atual legislatura na Casa de Leis. Muitos deles em relação a 2012 terão que dobrar a votação na eleição deste ano para continuar ocupando a bancada do legislativo municipal.

Ana Lucia Ximenes      - 1.789 votos (2,32%)

Antonio Luis Assunção - 2.293 votos (2,97%)

Benvinda                       - 983 votos    (1,27%)

Catulé                            - 1.668 votos (2,16%)

Durval Junior                 - 760 votos    (0,98%)

Elias do Gesso               -  suplente - 1.326 votos

Fábio Gentil                   - 2.328 votos (3,01%)

Fátima da Baixinha         - suplente - 1.065 votos

Genival Moto Peças        - 1.663 votos (2,15%)

Irmã Nelsir                      - 917 votos     (1,19%)

Jerônimo                          - 1.257 votos  (1,63%)

Luis Lacerda                    - 1.591 votos  (2,06%)

Luis Carlos                       - 1.927 votos  (2,50%)

Mário Assunção                - 1.235 votos  (1,69%)

Manoel da Caçamba          - suplente - 1.145 votos

Neto do Sindicato              - 1.198 votos (1,55%)

Paulo Simão                       - suplente - 1.334 votos

Thais Coutinho                   - 2.203 votos (2,85%)

Taniery Cantalice               - 678 votos (0,88%)