Ministros do STF reagem após ameaça de Eduardo Bolsonaro à Corte
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram à declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) de ameaça a Corte.
Dias Toffoli, Celso de Mello e Alexandre de Moraes se posicionaram de forma dura contra o parlamentar, filho do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL).
Eduardo Bolsonaro aparece num vídeo, gravado há três meses, com a afirmação de que o STF poderia ser fechado caso houvesse uma tentativa de impugnação da candidatura do pai. “Basta um soldado e um cabo”, disse.
Dias Toffoli criticou o parlamentar e falou em ameaça à democracia.
“O Supremo Tribunal Federal é uma instituição centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito. Não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo. O País conta com instituições sólidas e todas as autoridades devem respeitar a Constituição. Atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”, disse.
Celso de Mello classificou a declaração do deputado de golpista.
“Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica! Sem que se respeitem a Constituição e as leis, a liberdade e os direitos básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram o Estado democrático de direito”, escreveu a um jornal de São Paulo.
Alexandre de Moraes disse que trata-se de asneira, a declaração do parlamentar. “É algo inacreditável é que no Brasil, século XXI, a Constituição com 30 anos, ainda tenhamos que ouvir tanta asneira vinda da boca de quem representa o povo. E que confirma uma das frases mais importantes de um dos grandes democratas, um dos pais fundadores dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, que disse: ‘o preço da liberdade é a eterna viglância'”, afirmou.