quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Assassino de ex-prefeito de Buriti Bravo é condenado a 20 anos de prisão 


Em sessão do Tribunal do Júri realizada na última segunda-feira, 18, em São Luís, Wytamar Costa da Silva foi condenado a 20 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado pelo assassinato de João Henrique Borges Leocádio (foto). O crime foi praticado em 10 de março de 2005, em uma estrada vicinal de Buriti Bravo.
De acordo com o Ministério Público, Wellington de Jesus Fonseca Coelho, Antônio Marcos Alves da Costa e Wytamar Costa da Silva se associaram para matar Leocádio. Atuou no júri o promotor de justiça Samaroni de Sousa Maia.
O processo foi desaforado de Buriti Bravo para São Luís, a pedido do Ministério Público do Maranhão, por questão de segurança, em virtude da morte dos outros acusados.
O corpo da vítima foi encontrado ao lado do seu veículo e próximo a um revólver calibre 38, em uma estrada de acesso ao povoado Gameleira.
As investigações apontaram que Antônio Marcos efetuou o disparo depois de atrair Leocádio até o local do crime. Em seguida, fugiu na garupa de uma motocicleta conduzida por Wytamar, que já estava escondido no mato, na margem da estrada. Eles fugiram para a cidade de Passagem Franca.
O MPMA concluiu que o mandante do crime foi Wellington Fonseca Coelho. Em administração anterior, quando foi prefeito, o Posto Atlanta, cujo proprietário era Antônio Marcos, fornecia combustível para a Prefeitura.
Wellington e Antônio Marcos queriam que Leocádio garantisse a contratação da referida empresa para fornecimento de combustíveis ao Executivo municipal.
Testemunhas informaram, ainda, que durante a campanha eleitoral Wellington teria feito ameaças públicas contra Leocádio: se este ganhasse as eleições, não governaria.
Deputados e senadores do MA comentam reforma


Deputados federais e senadores maranhenses se manifestaram sobre a proposta de Reforma da Previdência que foi entregue à Câmara dos Deputados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (20).
Todos os parlamentares maranhenses foram procurados. Alguns se manifestaram por mensagem e outros nas redes sociais. Outros não responderam ao questionamento.
Veja o primeiro posicionamento da bancada do Maranhão:
Juscelino Filho (DEM)
“A reforma da previdência apresentada hoje pelo governo Bolsonaro é um pacote composto por distintas proposições legislativas e cada uma delas – conforme a natureza e o escopo – terá tramitação diferenciada ao longo do processo de discussão e aprovação. O tema é complexo e as propostas de mudança são amplas, profundas e impactantes. Mas, eu creio que as ideias do governo devem ter receptividade normal no parlamento, porque o país precisa corrigir os problemas que vêm se agravando há muito tempo. O Brasil não pode mais esperar, sob pena de comprometer ou até inviabilizar completamente o pagamento das atuais e das futuras aposentadorias.

Certamente teremos intensos debates na Câmara dos Deputados, que trarão contribuições de melhoria e de aperfeiçoamento. Estou convencido de que a reforma previdenciária é necessária e urgente, é um tema que acompanhei de perto principalmente durante todo o ano passado, como Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família. De minha parte, apoiarei tudo o que for de interesse do país, que seja justo e que ajude a melhorar a qualidade de vida das pessoas e das famílias.”

Eduardo Braide (PMN)
“O projeto precisa ser analisado e discutido com profundidade pelo Congresso. Mas estamos certos de um objetivo: somos contra qualquer retirada de direitos. E, por isso, só iremos aprovar os pontos que realmente beneficiem a população.”
Gil Cutrim (PDT)
“Ontem (19), tivemos uma reunião na sede do PDT para alinharmos o modelo da mudança previdenciária que pretendemos defender. Será preciso analisar ponto a ponto o projeto entregue hoje ao Congresso. A proposta do Governo tende a ser completamente desconexa da realidade da grande maioria dos brasileiros, sendo desproporcional para as camadas mais frágeis de nossa sociedade, e o peso disso cairá nas costas do trabalhador. Por esse motivo, defendo uma ampla análise no intuito de conter o máximo de danos a quem mais pode sofrer com a mudança, o trabalhador brasileiro.”
Pedro Lucas Fernandes (PTB)
“Estou em um alinhamento da bancada com a direção do partido.”
Márcio Jerry (PCdoB)
“Falei há pouco na tribuna da Câmara dos Deputados contestando a proposta de reforma da previdência apresentada pelo governo Bolsonaro. Uma proposta contra o povo brasileiro e a favor dos endinheirados e gananciosos do sistema financeiro. Não dá! Reforma propõe que idoso muito pobre espere os 70 anos por salário mínimo. Não podemos deixar que essa agressão seja aprovada no Congresso Nacional.”
Edilázio Júnior (PSD)
“Vou primeiro estudar o projeto.”
Hildo Rocha (MDB)
“Estive presente a convite do presidente Rodrigo Maia na recepção ao presidente da República Jair Bolsonaro no ato de entrega da proposta de emenda à constituição que reformula a previdência social brasileira. Entendo a necessidade e urgência dessa tão importante reforma, mas temo alguns dispositivos do texto que podem prejudicar os mais pobres. Estou estudando a PEC para contribuir com sua reformulação.”
Bira do Pindaré (PPS)
“Bolsonaro mentiu para a população. Ele disse na campanha que a Reforma Previdenciária proposta pelo Temer era criminosa, mas, hoje, apresentou para nós uma proposta que é muito pior. Não vamos permitir uma maldade dessa com o povo. Vai ter luta!”.
Zé Carlos (PT)
“Reforma da Previdência reduzirá valor de aposentadoria de mulheres e pensões de viúvos e órfãos.”
Rúbens Pereira Jr. (PCdoB)
“Estou avaliando o projeto”.
Pastor Gildenemyr (PMN)
“O envio da PEC 6/2019, a chamada Reforma da Previdência, mostra que o Governo está honrando com os compromissos firmados com a nação. Sabemos que há uma urgência em apreciar esta matéria, visto a necessidade do país em realizar ajustes econômicos, para reaquecer a economia e pensar no futuro das próximas gerações.”
Os deputados Josimar de Maranhãozinho (PR), Júnior Lourenço (PR), André Fufuca (PP) Cléber Verde (PRTB), Júnior Marreca Filho (Patriotas), João Marcelo (MDB) e Aluísio Mendes (Podemos) não se manifestaram
Senadores
Eliziane Gama (PPS)
“O Brasil precisa de tranquilidade para o debate sobre as reformas. Não precisamos do discurso histriônico e fake dos que querem protejer os que se aposentam mais cedo com valores mais altos, mas não podemos sequer ponderar penalizar o trabalhador(a) brasileiro com as reformas. Aumentar a idade da mulher do campo pra aposentadoria rural, igualando com o homem é não respeitar a dupla jornada de trabalho dessa mulher. É pesar a mão sobre os mais pobres.”
Weverton Rocha (PDT)
“A Reforma da Previdência não pode ser complexa ao ponto de serem criadas fórmulas que não possam ser decifradas e, amanhã, a mulher, o trabalhador rural, a professora possam ser penalizados por um sistema que só favorece quem está em cima na cadeia econômica.”
O senador Roberto Rochas (PSDB) não respondeu.
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Após declaração de Bolsonaro, 'Eu sou inimigo da Globo' é o assunto mais comentado do Twitter 


Em áudios vazados pela Revista Veja, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Rede Globo é sua inimiga.
Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Agora… Trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô, cê tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara“, disse.
Em resposta, a Globo emitiu uma nota explicando que não cultiva inimigos.
“O Grupo Globo considera que não tem nem cultiva inimigos. A própria natureza de sua atividade jamais permitiria qualquer postura em contrário. Hoje, como sempre, sua missão é levar ao público jornalismo independente – dando transparência a tudo o que é relevante para o País – e entretenimento de qualidade. Continuaremos a trabalhar nesta mesma direção.
A visita de Paulo Tonet Camargo, Vice-Presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, ao então ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, constava da agenda pública do ministro, divulgada na internet. Visitas de diretores do Grupo Globo a autoridades dos diferentes poderes, servidores públicos, executivos de empresas e representantes da sociedade civil são rotineiras.
E, nesse aspecto, não nos diferenciamos de qualquer grupo empresarial que pretenda ouvir todas as vozes de uma sociedade livre, de forma transparente e com agenda pública, mantendo relações estritamente institucionais e republicanas.”
Após as séries de ataques da Rede Globo ao governo Bolsonaro, os eleitores do presidente começaram a subir uma hashtag no Twitter #EuSouInimigodaGlobo.
Até o encerrar desta matéria, a hashtag ocupava a posição número 1 dos assuntos mais comentados da rede.
Do Conexão Política
Flavio Dino vê 'absurdos' na Reforma da Previdência


O governador Flávio Dino (PCdoB), criticou, nas redes sociais, a proposta de reforma da Previdência. O texto foi entregue pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional.

A proposta é considerada prioridade pela equipe econômica para tentar reequilibrar as contas públicas no país nos próximos anos.
Mas segundo o governador do Maranhão “tem fortes medidas contra os mais pobres e mais frágeis”.
“Proposta de reforma da previdência do Governo Federal, infelizmente, tem fortes medidas contra os mais pobres e mais frágeis. Por exemplo, idosos pobres, trabalhadores rurais, pessoas com deficiência”, disse.
Flávio Dino disse ainda que existem dois “cavalos de troias absurdos”.
“Além disso, há dois cavalos de Troiá absurdos: tirar regras da Previdência da Constituição e jogar em lei complementar; e a introdução do regime de capitalização, em que não há solidariedade social, base do atual sistema de repartição”, finalizou.
Foto: Divulgação
Promotoria pede exoneração de parentes de gestores de Balsas 


O Ministério Público do Maranhão, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Balsas, entregou Recomendação, em 11 de fevereiro, para a exoneração, no prazo de 30 dias, de todos os servidores ocupantes de cargos comissionados, funções de confiança, função gratificada e contratos temporários que sejam cônjuges ou companheiros ou detenham relação de parentesco consanguíneo, linha reta ou colateral, ou por afinidade, com prefeito, vice-prefeito, secretários, chefe de gabinete, procurador-geral do município, vereadores ou servidores detentores de cargos de direção, chefia ou assessoramento na administração municipal.
A manifestação ministerial foi assinada pela promotora de justiça Dailma Maria de Melo Brito Fernández.
O Município deve se abster de nomear para o quadro do município pessoas que se enquadrem na referida situação, salvo quando a pessoa a ser nomeada seja servidora pública efetiva, com capacidade técnica e nível de escolaridade compatível com a qualificação exigida para o exercício do cargo comissionado ou função gratificada.
Também deve se abster de contratar e de manter, em casos excepcionais de dispensa ou inexigibilidade de licitação, pessoa jurídica cujos sócios ou empregados se enquadrem nas situações já descritas.
A cópia dos atos de exoneração devem ser remetidos à Promotoria de Justiça de Balsas no prazo de 30 dias.
Em caso de não acatamento da Recomendação, o MPMA adotará providências para assegurar a implementação das medidas, inclusive o ajuizamento de Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa.
Revista Veja divulga áudios que revelam conversa de Bolsonaro com Gustavo Bebiano 


A revista VEJA divulgou em uma reportagem na sua versão online, uma série de áudios que demonstrariam que o ex-ministro Gustavo Bebianno conversou em uma intensa troca de mensagens escritas e de áudio, todas via WhatsApp, com o presidente Jair Bolsonaro. Nos áudios, os dois trocam farpas, acusações e se desentendem sobre quase tudo.
A conversa revela que Bebianno havia conversado com o presidente enquanto ele estava internado no hospital e desmentem Bolsonaro que havia dito que não havia mantido contato com o ex-ministro.
Os áudios a que VEJA teve acesso provam que, se alguém mentiu no episódio, foram o presidente e o filho. Bebianno, como se pode constatar nas gravações a seguir, falou com o presidente através de mensagens escritas e pelo menos treze mensagens de áudio. Confira:
A GLOBO É “INIMIGA”
Na terça-feira 12, o presidente Bolsonaro encaminhou a Bebianno uma mensagem contendo a agenda do ministro. Nela, constava que Bebianno receberia na terça-feira, às 16h, o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo. Ao receber mensagem do presidente, a quem trata apenas por “capitão”, Bebianno respondeu de imediato: “Algo contra, capitão?”. Depois de insistir com algumas mensagens por escrito, Bebianno recebeu o seguinte áudio do presidente em que ele declara que a Globo é uma inimiga do governo e que, ao fazer contatos com a emissora, o colocaria em posição delicada com “as outras emissoras”:
Bolsonaro  “Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Agora… Trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô,  tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara. Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma porque  tá trazendo o maior cara que me ferrou – antes, durante, agora e após a campanha – para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República: cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final. Um abraço aí.”
OS MINISTROS ESTÃO CHATEADOS
Em outro momento da troca de mensagens, Bebianno envia ao presidente uma nota publicado pelo site O Antagonista. A nota informa que Bebianno e mais dois ministros – Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos – viajariam para o Pará para discutir projetos para a Amazônia com líderes locais. Bolsonaro, ainda convalescendo no hospital, não gosta da ideia e reclama com o ministro:
Bolsonaro  “Gustavo, uma pergunta: “Jair Bolsonaro decidiu enviar para a Amazônia”? Não tô entendendo. Quem tá patrocinando essa ida para a Amazônia? Quem tá sendo o cabeça dessa viagem à Amazônia? Um abraço aí, Gustavo, até mais.”
Depois desse áudio, o presidente, aparentemente, conversa com os outros dois ministros, Salles e Damares, e os dois se mostraram incomodados com a tal viagem. Bolsonaro, por sua vez, mostra seu receio de vir a ser cobrado por obras na região amazônica e decide então cancelar a programação toda:


Bolsonaro “Ô, Bebianno. Essa missão não vai ser realizada. Conversei com o Ricardo Salles. Ele tava chateado que tinha muita coisa para fazer e está entendendo como missão minha. Conversei com a Damares. A mesma coisa. Agora: eu não quero que vocês viajem porque… Vocês criam a expectativa de uma obra. Daí vai ficar o povo todo me cobrando. Isso pode ser feito quando nós acharmos que vai ter recurso, o orçamento é nosso, vai ser aprovado etc. Então essa viagem não se realizará, tá OK? Um abraço aí, Gustavo!”
Os áudios acima mostram que Bolsonaro, de fato, falou “três vezes” com Bebianno, exatamente como o ministro declarara ao jornal O Globo. Querendo dar ares de normalidade à rotina do governo e assim minimizar o impacto da crise do laranjal do PSL, Bebianno declarara o seguinte ao jornal: “Não existe crise nenhuma. Só hoje (terça-feira) falei três vezes com o presidente”. Era verdade. Mas o filho Carlos postou o tuíte dizendo que ficara “24 horas do dia” ao lado do pai e não registrara qualquer conversa com Bebianno. E ainda postou um áudio em que o presidente garante que não tinha falado com o ministro – aparentemente, pai e filho consideram que troca de áudio não configura uma “conversa”.
Nos áudios seguintes, há trocas de mágoas e uma discussão algo bizarra sobre o que significa “falar” com alguém. Confira:
“VOCÊ NÃO FALOU COMIGO”
Neste áudio, Bolsonaro diz que Carlos não está “incitando a saída” de Bebianno. Antes, Bebianno recebera — e encaminhara cópia a Bolsonaro — uma mensagem de um jornalista (que não é identificado) dizendo que Carlos vinha conversando com deputados para derrubar o ministro.
Bolsonaro “O caso incitando a saída é mais uma mentira. Você conhece muito bem a imprensa, melhor do que eu. Agora: você não falou comigo nenhuma vez no dia de ontem. Ele esteve comigo 24 horas por dia. Então não está mentindo, nada, nem está perseguindo ninguém.”
“ISSO ESTÁ ERRADO”
Bebianno  “Há várias formas de se falar. Nós trocamos mensagens ontem três vezes ao longo do dia, capitão. Falamos da questão do institucional do Globo. Falamos da questão da viagem. Falamos por escrito, capitão. Qual a relevância disso, capitão? Capitão, as coisas precisam ser analisadas de outra forma. Tira isso do lado pessoal. Ele não pode atacar um ministro dessa forma. Nem a mim nem a ninguém, capitão. Isso está errado. Por que esse ódio? Qual a relevância disso? Vir a público me chamar de mentiroso? Eu só fiz o bem, capitão. Eu só fiz o bem até aqui. Eu só estive do seu lado, você sabe disso. Será que você vai permitir que o senhor seja agredido dessa forma? Isso não está certo, não, capitão. Desculpe.”
“POR QUE ESSE ÓDIO?”
Em outro áudio enviado ao presidente, Bebianno lembra que é um pacificador, em contraste com a personalidade espinhosa de Carlos, e chegou a ser aceito no convívio com os militares que antes lhe rejeitavam – e volta a garantir que não faltou com a verdade. “Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim”.
Bebianno “Capitão, eu só prego a paz, o tempo inteiro. O tempo inteiro eu peço para a gente parar de bater nas pessoas. O tempo inteiro eu tento estabelecer uma boa relação com todo mundo. Minha relação é maravilhosa com todos os generais. O senhor se lembra que, no início, eu não podia participar daquelas reuniões de quartas-feiras, porque os generais teriam restrições contra mim? Eu não entendia que restrições eram aquelas, se eles nem me conheciam. O senhor hoje pergunte para eles qual o conceito que eles têm a meu respeito, sabe, capitão? Eu sou uma pessoa limpa, correta. Infelizmente não sou eu que faço esse rebuliço, que crio essa crise. Eu não falo nada em público. Muito menos agrido ninguém em público, sabe, capitão? Então quando eu recebo esse tipo de coisa, depois de um post desse, é realmente muito desagradável. Inverta, capitão. Imagine se eu chamasse alguém de mentiroso em público. Eu não sou mentiroso. Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim. Falamos pelo WhatsApp. O que é que tem demais? Não falamos nada demais. A relevância disso… Tanto assunto grave para a gente tratar. Tantos problemas. Eu tento proteger o senhor o tempo inteiro. Por esse tipo de ataque? Por que esse ódio? O que é que eu fiz de errado, meu Deus?”
“NÃO VOU MAIS RESPONDER A VOCÊ”
Bolsonaro, aqui, deixa claro que trocar mensagens de áudio não configura “falar” com alguém. E abre uma nova frente de conflito. Acusa seu ministro de ter plantado uma nota em O Antagonista para envolvê-lo com o laranjal do PSL em Pernambuco. Segue-se uma discussão bizantina entre um presidente e um ministro.
Bolsonaro – “Ô, Gustavo, usar da… Que usou do Whatsapp para falar três vezes comigo, aí é demais da tua parte, aí é demais, e eu não vou mais responder a você. Outra coisa, eu sei que você manda lá no Antagonista, a nota (sobre Bolsonaro não atender Bebianno) foi pregada lá. Dias antes, você pregou uma nota que tentou falar comigo e não conseguiu no domingo. Eu sabia qual era a intenção, era exatamente dizer que conversou comigo e que está tudo muito bem, então faz o favor, ou você restabelece a verdade ou não tem conversa a partir daqui pra frente.”
“É DESONESTIDADE E FALTA DE CARÁTER.
Bolsonaro “Querer empurrar essa batata quente desse dinheiro lá pra candidata em Pernambuco pro meu colo, aí não vai dar certo. Aí é desonestidade e falta de caráter. Agora, todas as notas pregadas nesse sentido foram nesse sentido exatamente, então a Polícia Federal vai entrar no circuito, já entrou no circuito, pra apurar a verdade. Tudo bem, vamos ver daí… Quem deve paga, tá certo? Eu sei que você é dessa linha minha aí. Um abraço.”
“NÃO PLANTEI NADA”
Bebianno – “Capitão, a nota do Antagonista que o senhor tá me acusando de ter plantado… Se o senhor olhar bem, eu localizei aqui e mandei pro senhor. Eu não plantei nada. Ela replica o que a Folha falou. Está escrito aqui: “segundo a Folha, segundo a Folha, o ministro Gustavo Bebianno tentou ligar para Jair Bolsonaro neste domingo para explicar o caso, mas o presidente não atendeu”. Quem mencionou isso não foi o Antagonista, foi a Folha. O Antagonista simplesmente replicou. Então, capitão, eu não plantei nada em lugar nenhum, tá? Abraço.
“QUEM VAZOU FOI VOCÊ”
Bolsonaro “Bebianno, olha como você entra em contradição. Que seja a Folha. Se foi uma tentativa tua pra mim e eu não atendi… Eu não liguei pra Folha, eu não ligo pra imprensa nenhuma. Quem ligou foi você, quem vazou foi você. Dá pra você entender o caminho que você está indo? E você tem que fazer uma reflexão para voltar à normalidade. Deu pra entender? Vou repetir: se você tentou falar comigo, um pra um, se alguém vazou pra Folha, não fui eu, só pode ser você. Tá ok?”
“NÃO VAZEI NADA”
Bebianno “Não, capitão, não é isso, não. Eu não tentei ligar pro senhor, eu não falei, não vazei nada pra ninguém.
Eu nem tentei ligar pro senhor. O senhor mandou um recado que era pra eu não ir ao hospital. Não fui e não liguei pro senhor nenhuma vez. Deixei o senhor em paz. É… Se eu tentei ligar uma ou duas vezes, também não me lembro pelo motivo que foi, é… Não é isso, não, capitão, tá? Eu não vazei nada pra lugar nenhum, muito menos pra Folha, com quem eu praticamente não falo. Abraço, capitão.”
“O SENHOR ESTÁ ENVENENADO”
Neste áudio, Bebianno explica seu papel nas verbas do PSL remetidas para Pernambuco, reafirma que é inocente no caso das candidaturas-laranja – e diz que o presidente está “bem envenenado”, deixando implícito que o envenenador é seu filho Carlos:
Bebianno  “Em relação a isso, capitão, também acho que a coisa está… Não está clara. A minha tarefa como presidente interino nacional foi cuidar da sua campanha. A prestação de contas que me competia foi aprovada com louvor, é… Agora, cada Estado fez a sua chapa. Em nenhum partido, capitão, a nacional é responsável pelas chapas estaduais. O senhor sabe disso melhor do que eu. E, no nosso caso, quando eu assumi o PSL, houve uma grande dificuldade na escolha dos presidentes de cada Estado, porque nós não sabíamos quem era quem. É… Cada chapa foi montada pela sua estadual. No caso de Pernambuco, pelo Bivar, logicamente. Se o Bivar escolheu candidata laranja, é um problema dele, político. E é um problema legal dela explicar o que ela fez com o dinheiro. Da minha parte, eu só repassei o dinheiro que me foi solicitado por escrito. Eu tenho tudo registrado por escrito. Então é ótimo que a Polícia Federal esteja, é ótimo que investigue, é ótimo que apure, é ótimo que puna os responsáveis. Eu não tenho nada a ver com isso.  É… Depois a gente conversa pessoalmente, capitão, tá? Eu tô vendo que o senhor está bem envenenado. Mas tudo bem, a minha consciência está tranquila, o meu papel foi limpo, continua sendo. E tomara que a polícia chegue mesmo à constatação do que foi feito, mas eu não tenho nada a ver com isso. O Luciano Bivar que é responsável lá pela chapa dele. Abraço, capitão.”
Os áudios podem ser ouvidos na íntegra no link.