Balneário Veneza (foto arquivo internet) |
A ascensão do advogado Antonio José Bittencourt de Albuquerque Júnior, 37 anos, ex-conselheiro da OAB/MA/Caxias, ex-secretário de Governo de Caxias, empresário do ramo da comunicação, mais conhecido como Catulé Júnior, filho do vereador decano e presidente da Câmara de Caxias, vereador Catulé (PRB), e seu herdeiro político, ao cargo de Secretário de Estado do Turismo, passando a integrar a renovada equipe do governador Flávio Dino (PCdoB), coloca Caxias em posição de se destacar também nessa área, dividindo o prestígio ora desfrutado por Barreirinhas, Tutóia, Chapada das Mesas, dentre outros pontos turísticos mais representativos do Maranhão.
Em discurso na tribuna da Câmara de Caxias, segunda-feira, 11 de março, o vereador Mário Assunção (PPS), seu amigo pessoal, ao destacar sua investidura, disse que o governador Flávio Dino (PC do B) pensa em construir “um governo plural, utilizando-se dos melhores quadros, mas beneficiando todos os grupos políticos que o ajudaram na última campanha eleitoral”. Segundo o vereador, “mostrando-se como homem de palavra, uma pessoa que quer o desenvolvimento da nossa cidade e estado, o governador veio a Caxias e pegou realmente um dos nossos melhores quadros, uma pessoa capacitada, que tem formação, tem conhecimento, tanto no âmbito político como no âmbito administrativo”. Mais significativo, porém, para o vereador, foi o governador salientar que todos recém-empossados não esquecessem de olhar as regiões que os fizeram chegar até lá. “Então, ele quis dar um recado a todos os secretários, que eles não esquecessem os quinhões que eles representam dentro do Governo do Estado. E, no caso do Catulé Júnior, hoje ele é o representante do governador Flávio Dino aqui na Região dos Cocais, uma vez que ele é o único secretário de primeiro escalão aqui da nossa região”, disse.
Analisando o raciocínio do vereador, não há o menor receio em dizer-se que podemos, sim, ter a esperança de assistir à viabilização de novos investimentos que potencializem o turismo em Caxias, até mesmo porque o secretário Catulé Júnior não andará só. Ao seu lado, certamente, estarão nossos três deputados estaduais eleitos, com cacife suficiente para fazer as pressões que se fizerem necessárias nesse sentido. O momento é crucial, oportuno, mas também urgente, porque temos um potencial turístico que enfrenta ameaças constantes, em decorrência da ação nefasta de pessoas que o depredam ou fazem mal uso em proveito próprio. A área de Veneza, bastante reduzida atualmente, ou o que está ocorrendo no riacho Ouro, que passou a secar nos períodos de seca, ou no povoado Engenho d’Água, que possuía cerca de 20 fontes minerais, e hoje são apenas oito abastecendo a comunidade, são exemplos de cenários intoleráveis que tendem a prosperar na região.
Na gestão do ex-prefeito Humberto Coutinho, com o apoio do então deputado federal Flávio Dino, a Princesa do Sertão assistiu à revitalização do Balneário Veneza, transformado em cartão postal do município, graças ao complexo de balneário, lazer e gastronomia incrementado na área que dista poucos quilômetros do centro da cidade. Quem visita o local, se encanta. No momento, ele ainda é funcional, mas necessita de reparos, novas modificações, como a reintrodução de piscinas nas imediações da fonte, como funcionou até à década 70, uma forma de oferecer mais uma opção de lazer, e de uma política administrativa mais comprometida com a realidade vivenciada no país, a começar por melhorias significativas das vias de acesso, além de chamar a responsabilidade dos utilitários e frequentadores para a sua preservação.
Caxias, no entanto, não se restringe apenas ao Balneário Veneza. Em diversos povoados, a exemplo de Nazaré do Bruno, Engenho d’Água, Junco, Buenos Aires, há um grande potencial turístico a ser explorado. Os quatro são citados porque também possuem riachos perenes que alimentam pontos aprazíveis que a população local e visitantes já utilizam para refrescarem-se do calor que predomina a maior parte do ano, aqui no leste maranhense. Não obstante, é imprescindível a revitalização das estradas vicinais que permitem acesso a esses e outros locais, no âmbito da zona rural.
Dentro do perímetro urbano da Princesa, cuja malha viária também está a merecer recuperação e expansão, outros dois locais estão a exigir uma maior participação do poder público para exploração turística: a Piscina do Ponte e o balneário Maria do Rosário. Redimensionados e melhor adaptados, não há dúvidas de que também tem tudo para melhorar o lazer assim como abrir espaço para novas oportunidades de trabalho no município. Quem for empresário visionário, encontrará nesses locais rico filão para explorar. A Piscina do Ponte, sem dúvidas, poderá recuperar seu apogeu. Construída pelo ex-prefeito José Castro, hoje é pouco frequentada, haja vista que sofre com o lançamento in natura de dejetos provenientes dos bairros Salobro e Campo de Belém, além de casas residenciais localizadas à montante do balneário, fato que hoje deixa suas águas impróprias até para um simples banho.
Por se tratar de uma cidade histórica, ainda que não disponha de um aeroporto à altura de suas tradições do passado, mas com belas praças, forte tradição religiosa, com a representatividade da Procissão do Fogaréu, espetáculo temático reconhecido ao longo de 16 anos no período da Semana Santa, museu, igrejas seculares, expressiva representação cultural, através de órgãos como a Academia Caxiense de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e a Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão, florescente rede de hotelaria e boa presença de serviços gastronômicos, a preparação de Caxias, como um polo turístico sustentável, em verdade, será uma decisão estratégica. Basta que haja vontade política.
Quem visita hoje o Mirante da Balaiada, no alto do Morro do Alecrim, não somente tem uma visão esplêndida da cidade, mas observa também quantas oportunidades de trabalho foram criadas a partir do belo empreendimento. O mesmo pode ocorrer em resposta ao planejamento a ser dado para bem equacionar o turismo em Caxias. Tornando-o realizável, o Maranhão certamente terá mais um vetor a explorar, no contexto de uma realidade agora vivenciada e bem aproveitada economicamente por quase todos os estados nordestinos.
*Silvio Cunha é jornalista e assessor de Comunicação da Câmara Municipal de Caxias