Presidente do TRE/Maranhão é suspeito de fazer campanha eleitoral, denuncia revista "Veja"
A versão eletrônica da revista Veja
publicou, na edição de domingo (15), matéria denunciando que o
presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, desembargador
Antonio Guerreiro Junior, estaria fazendo campanha abertamente para
pré-candidata a prefeita de Bacabal, Giselle Veloso (foto).
Segundo a publicação, tanto em eventos
quanto em posts nas redes sociais, Guerreiro se tornou um dos maiores
cabos eleitorais de Giselle, o que levantaria questionamentos sobre sua
imparcialidade. “A atuação dele fere a Constituição, segundo promotores e
juízes locais — é vedado a qualquer juiz exercer atividade
político-partidária, sob pena de perda do cargo”, adverte promotores
ouvidos por Veja.com.
Conforme a versão eletrônica da revista,
no último mês, o desembargador conclamou no Facebook os eleitores
bacabalenses a apoiar a pré-candidata, sua amiga íntima. “Com Giselle
Velloso todos nós, que vivemos e amamos essa linda e maravilhosa cidade,
teremos vez e voz”, postou. “Giselle Velloso conta com a participação
de todos e aguarda a colaboração específica de cada profissional…
Precisamos urgentemente desses dados para montarmos um programa de
governo que possa atender toda a nossa combalida e destroçada cidade”.
Ao final da mensagem, foi ainda mais enfático: “Participe dessa corrente
e se integre à candidatura Giselle Velloso”.
Ainda conforme Veja.com, “fora das redes
sociais, o desembargador participou, ao lado da pré-candidata, de
alguns atos beneficentes típicos de políticos populistas. No dia das
mães, ambos organizaram uma comemoração no mercado central de Bacabal
com doces, sucos, banda de música e entrega de rosas e presentes. Na
Páscoa, Giselle percorreu debaixo de chuva bairros carentes da cidade
para distribuir peixes doados pelo magistrado. Procurado, o
desembargador não respondeu ao pedido de entrevista.
Apesar da denúncia, esta prática ilegal e
imoral no Maranhão, a bem da verdade, não é invenção de Guerreiro
Júnior. Na eleição de 1990, o então presidente do TRE-MA, desembargador
José Pires da Fonseca, fez ainda pior: Vestiu a camisa da campanha do
então candidato Edison Lobão e participou de caminhada da campanha. E
ficou por isso mesmo, apesar da reclamação do candidato da oposição.
Espera-se que desta vez, alguém tome uma
providência contra esta imoralidade que só serve para denegrir a imagem
do Maranhão. E como presidente da Justiça Eleitoral, o senhor Guerreiro
Júnior deveria ser o primeiro a dar exemplo e não expor suas relações
promiscuas com a pré-candidata.