Propinas do PMDB sepultaram a Refinaria da Petrobras em Bacabeira
do Jornal Pequeno
A Refinaria de Bacabeira esteve envolvida
nos esquemas de propina de políticos do PMDB citados na Lava Jato. A
informação foi revelada na tarde de ontem (04) pelo jornal O Estado de
São Paulo ao afirmar que pelo menos dois dos empresários presos pela
Polícia Federal afirmaram em delação premiada citaram que a Refinaria de
Bacabeira fez parte dos esquemas para concessão de propina a políticos
do PMDB. O elo é o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB0,
aliado histórico da família Sarney no Maranhão.
A reportagem conta que o
doleiro Alberto Yousseff afirmou que o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobrás, Paulo Roberto Costa, ganhou propina de 30% sobre o montante
desviado de um dos itens das obras, relativo à terraplanagem da
Refinaria. Foi Paulo Roberto que veio ao Maranhão em 2010 a convite de
Roseana Sarney e do ex-ministro Edison Lobão para lançar a pedra
inaugural da obra. A Fidens, fundada em 1968, fica em Minas.
Segundo Youssef, a licitação
da terraplanagem ocorreu entre 2010 e 2011 “sendo acertado que as
vencedoras seriam a Galvão Engenharia, Serveng e Fidens”. Ele afirmou
que “ficava sabendo antecipadamente” o nome das empresas que ganhariam
as licitações no âmbito da Premium I. O doleiro contou que “foram feitas
reuniões” em seu escritório em São Paulo, na Avenida São Gabriel, Itaim
Bibi. Nem a Serveng e nem a Fidens são acusadas de participar do cartel
de empreiteiras que atuava na estatal.
Ficou acertado, segundo o
delator, o pagamento de comissão de 1% sobre o valor do contrato. Os
repasses teriam sido iniciados seis meses depois do início da obra. Ele
falou sobre uma reunião com a Galvão Engenharia, representada na ocasião
pelo executivo Erton Medeiros, alvo da Lava Jato. Segundo a reportagem,
a indicação das empresas que sabiam antecipadamente que venceriam a
licitação foi feita por um deputado de Minas Gerais, Luiz Fernando
(PP-MG).
Outro delator do caso foi o
engenheiro da empresa Galvão Engenharia, que afirmou em seu depoimento
que a Refinaria Premium foi alvo de propinas na época de seu lançamento.
Após as denúncias de irregularidades nas obras e nos contratos, a
Petrobrás decidiu paralisar as obras no Maranhão, dificultando a
instalação do empreendimento que geraria milhares de empregos dentro do
Estado.
Orçada em R$ 20 bilhões, a
Refinaria Premium I em Bacabeira, a 60 quilômetros da capital São Luís,
foi projetada para operar como a maior refinaria da Petrobras, mas está
com as obras inacabadas e com problemas de execução.
Paulo Roberto confessa propinas a PMDB
Jornal O Estado de São Paulo
O ex-diretor de Abastecimento
da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou, em sua delação premiada, que o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina em
contratos da Diretoria de Abastecimento e que, na prática, os pagamentos
ao peemedebista “furaram” o teto de 3% estabelecido como limite dos
repasses a políticos no esquema de cartel e corrupção desbaratado pela
Operação Lava Jato.
O esquema desbaratado a partir
de março de 2014 envolvia o loteamento de diretorias da Petrobrás pelo
PT, PMDB e PP. Por meio delas, eram arrecadados entre 1% e 3% de propina
em grandes contratos. Segundo Costa, a propina excedeu os 3% para que
“fosse incluído um valor para Renan”.
O ex-diretor de Abastecimento
foi o primeiro delator da Lava Jato. Paulo Roberto Costa afirmou em sua
delação que o presidente do Senado usava como “interlocutor” dos
contatos com a Diretoria de Abastecimento – reduto do PP no esquema – o
deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE), que foi prefeito de
Aracaú (CE) no período de 1989 a 1993. Segundo o delator, o aliado de
Renan apresentava-se como “representante” do presidente do Senado.
Para a força-tarefa do
Ministério Público Federal, o delator afirmou que entre 2007 e 2008, o
emissário peemedebista procurou por ele e disse que Renan “mandou pedir”
que a Petrobrás “passasse a contratar uma empresa, a Serveng-Civilsan”.
Na época, Costa ocupava a Diretoria de Abastecimento da estatal.
Aníbal Gomes teria dito que
Renan queria que o grupo paulista Serveng-Civilsan pudesse participar
das licitações da estatal. A Operação Lava Jato descobriu que um seleto
grupo de empreiteiras detinha exclusividade em praticamente todas as
áreas estratégicas da Petrobras. Segundo os investigadores, apenas em
casos extraordinários essa blindagem era rompida.
O Grupo Serveng atua em áreas
diversas, inclusive energia, mineração, engenharia e construção. Costa
não citou contratos da estatal com a empresa que teria sido indicada por
Renan. A Serveng-Civilsan foi contratada para as obras da Refinaria
Premium I.