Deputados prestam homenagem a policial assassinado
Diversos deputados prestam homenagem, na
sessão desta segunda-feira (25), à memória do policial assassinado em
Panaquatira no sábado (23), Max Muller, um dos quatro mortos numa
tentativa de assalto a um sítio, sendo um, um dos criminosos. O primeiro
que abordou o assunto foi o deputado Cabo Campos (PP), que num discurso
emocionado afirmou que a Câmara Federal precisa modificar a maioridade,
a redução de penas e a concessão de indultos.
Cabo Campos lembrou que esteve no
enterro do policial, ocorrido nesta segunda pela manhã, “mais uma vez,
na triste situação de tentar consolar mais uma família de um militar que
fez tudo certo para poder se divertir, no momento de seu lazer”. O
deputado disse que o mesmo aconteceu em relação aos dois integrantes da
Tropa de Choque, que mesmo num sítio reservado, os bandidos foram lá e
mataram eles.
“O soldado Max Muller teve o desprazer
de estar em um sítio, se divertindo, quando marginais, bandidos
fortemente armados, chegaram e ele, que, de maneira heroica, tentou
defender a vida daqueles que estavam ao seu lado e deu a sua própria vida.
Tombou, mas tombou atirando, tombou matando, tombou indo para cima”,
contou Cabo Campos.
Em seguida, foi o deputado Othelino Neto
(PCdoB) quem tratou do assunto. Ao se solidarizar com a família do
policial, lamentou que ele tivesse reagido, mas se convenceu dos motivos
por conta das explicações dadas por outro militar.
“A explicação que ele me deu tem certo
sentido: disse-me o policial que naquela situação provavelmente o
bandido iria revistar todos os presentes e na hora que encontrasse a
arma e a identificação do policial certamente o executaria naquele
ambiente. Ali foi uma tentativa heroica do policial de salvar aquelas
vidas e salvar também a própria vida. E realmente é de se lamentar que
se esteja banalizando a vida e a morte da forma como tem acontecido”,
lamentou.
O deputado César Pires (DEM), que é da
reserva da PM, foi outro que lamentou a morte do policial e assegurou
que a mesma quadrilha já tinha invadido quatro outras casas em
Panaquatira, provocando terror, inclusive com a participação do menor
envolvido na nova chacina, sendo uma delas vizinha à casa do parlamentar
do DEM.
“Foram quatro casas assaltadas na mesma
vizinhança minha, a identificação e o silêncio crepuscular da Secretaria
de Segurança sem que tivesse tomada atitude nenhuma. Caímos agora nos
muros das lamentações, exarando lágrimas, como se as nossas lágrimas
pudessem resolver a incapacidade operacional, para que não levasse a
isso”, disse.
Pires afirmou que há dois meses tenta marcar uma audiência com o secretário de Segurança, Jefferson Portela, mas sem sucesso.
O deputado Wellington do Curto (PPS)
disse que Max Muller foi seu aluno e contou que a chacina despertou o
interesse da imprensa nacional. “No último quadrimestre foram
registradas as mortes de quatro policiais, já tivemos três fugas em
delegacias e presídios, cinco armas furtadas ou perdidas, o assassinato
de um jovem estudante na Rua Rio Branco, o assassinato de um vereador em
Santa Luzia, a morte de um estudante dentro de um ônibus no Bairro da
Cohab, o assassinato de um tenente da Polícia Militar, tiroteio na
Universidade Federal do Maranhão, na última semana e agora a morte de
mais um policial no episódio intitulado como chacina na Panaquatira”,
relatou. O deputado disse que pediu que fosse encaminhada mensagem de
pesar à mãe do soldado, Cássia Regina Miranda de Carvalho.
Outros dois deputados que repercutiram e lamentaram a morte do
policial foram Marco Aurélio (PCdoB) e Júnior Verde (PRB). Em um longo
pronunciamento, Verde destacou o episódio como marcante e pediu punição.
“Quero manifestar a nossa solidariedade, não só no pesar à família, mas
como também à sociedade com ações efetivas, porque o que não podemos,
aqui nessa Casa, é chorar, nós temos é que enfrentar e esse
enfrentamento se faz com trabalho, com alternativa, com oportunidade e
com mecanismos que possam, de fato, combater a insegurança pública no
Estado do Maranhão”, defendeu.
A deputada Andréa Murad (PMDB) também criticou a área de segurança do
Estado, ao prestar homenagem à memória do policial Max. “Eu queria
começar lamentando a chacina em Panaquatira, dar os meus sentimentos à
família do Max Muller, PM, Alexandro Vieira, Ananda Brasil e dizer que
no Maranhão hoje só temos a lamentar a questão da segurança pública.
Para quem disse que o povo não ia mais precisar de grades nas janelas,
que ia ter segurança nas ruas, o Maranhão só tem tido manchete nacional
negativa”, afirmou.