Bolsonaro diz que Sarney Filho vendeu parte da Amazônia a ONGs
O Informante – Numa conversa gravada em vídeo com o empresário da pesca do estado de Alagoas Gilson Machado Neto, o presidente eleito Jair Bolsonaro concorda com as críticas do empresário aos entraves burocráticos enfrentados por quem atua na pesca no país – principalmente de camarão e lagosta – e acusa o ex-ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho, conhecido como Zequinha Sarney (PV), de vender “parte do nosso território a ONGs internacionais”.
“Como é que a gente muda isso [os entraves para o desenvolvimento da pesca no país]? Colocando no Ministério do Meio Ambiente uma pessoa que pense completamente diferente do que pensa o Zequinha Sarney, que agora, inclusive acaba de vender parte do nosso território na região amazônica a ONGs internacionais”, disse Bolsonaro a Gilson Neto, em 21 de outubro de 2018, dias antes do 2º turno das eleições presidenciais.
A acusação de Bolsonaro foi em referência ao acordo assinado em 19 de dezembro do ano passado (2017) entre o Ministério do Meio Ambiente (tendo à frente Sarney Filho), o Banco Mundial, a ONG brasileira FunBio e a ONG norte-americana (com sede em Washington, D.C.) Conservation International (CI).
Pelo acordo o governo brasileiro “vendeu” uma área da Amazônia de 3 milhões de hectares por US$ 60 milhões.
Em troca, segundo o acordo, o Banco Mundial e as duas ONGs se comprometeram a criar, nos 3 milhões de hectares, novas Unidades de Conservação, nos próximos cinco anos.
Conhecido como “Triplo A”, o projeto pretende ser um grande plano internacional para criar um corredor de áreas protegidas (e soberania relativa) na calha norte do Rio Amazonas ligando o Pacífico ao Atlântico.
Conhecido como “Triplo A”, o projeto pretende ser um grande plano internacional para criar um corredor de áreas protegidas (e soberania relativa) na calha norte do Rio Amazonas ligando o Pacífico ao Atlântico.
O corredor “Triplo A” sofre grande oposição das Forças Armadas brasileiras e foi rebatizado de “Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia”. (Por Oswaldo Viviani)