O estádio Duque de Caxias, inaugurado em 1982 e com capacidade para 3.500 torcedores, onde o Sabiá Futebol Clube manda seus jogos pelo Campeonato Maranhense da Segunda Divisão, não atende ao requisitos de acessibilidade, e mesmo assim, teve seus laudos aprovados para sediar jogos do Estadual.
O fato nunca havia ganho notoriedade, mas, na noite de quarta-feira (21), quando da realização do jogo Sabiá FC x Moto Club (1x3), o assunto veio à tona, e de forma muito constrangedora para Paulo Carneiro, presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Caxias (MA).- ADEFIC.
Paulo Carneiro chegou ao estádio quando a partida já decorria mais de dez minutos do primeiro tempo. O vão de acesso às arquibancadas estava interrompido por conta de alguns veículos. Ele que é cadeirante, literalmente foi carregado nos braços pelo colega Raimundo Alberto e teve que entrar pelo portão lateral dos antigos vestiários, indo diretamente para a área próximo à suplência da arbitragem.
Ao chegar no local, o presidente da ADEFIC, foi informado pelo árbitro suplente, Raimundo Nunes, de que não poderia ficar naquela área, destina aos profissionais que estaria trabalhando no jogo. Diante das argumentações de Paulo Carneiro, o delegado da partida, Itamar Sousa Ferreira, que também é secretário geral da FMF, mas uma vez reiterou o pedido para que o presidente da ADEFIC se retirasse do local.
"Se o estádio não oferece um local específico para as pessoas portadoras de deficiência, não será nós que faremos isso. Infelizmente ele não pode ficar nessa área destinada à segurança e profissionais da comunicação", disse Itamar Sousa.
Paulo Carneiro denuncia que ele e seu colega teriam sido abordados de forma truculenta pelo árbitro suplente e que vai procurar seus direitos na Justiça, inclusive contra a própria Liga Caxiense de Futebol, que administra o estádio e não oferece acessibilidade.
Para nossa equipe, o árbitro suplente Raimundo Nunes afirmou que se dirigiu ao presidente da ADEFIC de forma educada e que estava apenas atendendo uma determinação do delegado do jogo.
Paulo Carneiro teve que se contentar em acompanhar a derrota do Sabiá FC de uma área onde a visibilidade para o jogo é inexistente.
Paulo Carneiro
Estrutura
No início do ano o Estádio Duque de Caxias teve seus laudos aprovados pelo Corpo de Bombeiros com algumas ressalvas, e teve que cumprir um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta, como a colocação de uma mureta por trás das arquibancadas, melhoramento no sistema de eletrificação, colocação de extintores dentre outros, obras que foram executadas e o local liberado para jogos.
No início do ano o Estádio Duque de Caxias teve seus laudos aprovados pelo Corpo de Bombeiros com algumas ressalvas, e teve que cumprir um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta, como a colocação de uma mureta por trás das arquibancadas, melhoramento no sistema de eletrificação, colocação de extintores dentre outros, obras que foram executadas e o local liberado para jogos.
No ano de 2007, com emenda do então deputado federal Flávio Dino, foi liberado um montante de R$ 200 mil, para reforma e ampliação do estádio Duque de Caxias, que recebeu novos vestiários, gramado e melhorias no sistema de iluminação.
No entanto, para quem recorre ao velho Duque de Caxias para acompanhar os jogos, se depara com uma situação totalmente diferente. Não há cadeiras numeradas, falta bebedouro públicos e os banheiros, além de não serem adaptados, estão em péssima situação, inclusive às escuras.
Sobre a acessibilidade, a única rampa que lembra esse direito, principalmente para os cadeirantes, fica na praça anexa ao estádio. Dentro, não há se quer uma rampa de acesso nem para as arquibancadas, muito menos para os sanitários.
Fonte/Portal Noca