terça-feira, 26 de novembro de 2013

Flávio Dino, trabalho escravo e uma nota que não diz nada


O PCdoB tentou, mas não conseguiu, responder aos dois principais questionamentos do jornalista Marco D’Eça sobre a relação do presidente da Embratur, Flávio Dino, com a empresa Alcana Destilaria de Alcool de Nanuque, Minas Gerais.
Segundo o jornalista, a empresa que foi a maior doadora da campanha do comunista ao Governo do Estado em 2010 – doou R$ 500 mil – havia apresentado à Justiça de São Paulo, um ano antes, um Plano de Recuperação Judicial, o que sugere que ela estava á beira da falência.
Mais do que isso, em 2011, prossege D’Eça, a Comissão Pastoral da Terra, CPT, em análise sobre o trabalho escravo no Brasil, denunciou que o grupo que sustentou a campanha de Dino foi flagrado com 1.282 trabalhadores escravizados em suas usinas no Mato Grosso do Sul – 285 eram índios.
O Comitê Estadual do PCdoB Maranhão, representado pelo secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís, Márcio Jerry, e pelo líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Rubens Júnior, emitiu uma nota sobre o caso. Mas nãa explicou muita coisa e limitou-se a atacar o jornalista.
Diz o comunicado que “Flávio Dino integrou a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e é autor de um importante estudo contra esse crime contra os direitos humanos” e que “é de conhecimento público a TOTAL LEGALIDADE nas contas apresentadas por Flávio Dino à Justiça Eleitoral”.
Detalhe, em momento algum se questionou a participação de Dino na Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, nem a autoria do importante estudo contra esse crime contra os direitos humanos.
E mais: não se questionou a legalidade das prestações de contas.
Os questionamentos são:
- como pode uma empresa que estava à beira da falência em 2009 doar R$ 500 mil para uma campanha eleitoral em 2010?; e
- crítico ferrenho do uso de mão de obra escrava, Flávio Dino sabia do uso desse tipo de trabalho pelo principal doador de sua campanha?
E estes ainda não foram respondidos.
Do blog do Gilberto Leda