Coluna do Sarney
Deus entregou ao Maranhão uma nova e fundamental fonte de riqueza, o gás. O Maranhão passa agora a ser um exportador de energia para o resto do país.
Foram inauguradas no dia 7 as usinas da Eneva em Santo Antônio dos Lopes, após dois anos e três meses de obras. O Complexo Parnaíba, com as usinas Parnaíba I (676 MW) e Parnaíba III (169 MW) já operam e somam 845 MW. Passaremos no primeiro semestre do próximo ano a ser o maior campo de gás do país, com o equivalente a 1.400 MW e chegaremos a 3.140 MW, o equivalente à energia firme de duas usinas de Jirau. O Complexo de usinas pode chegar a produzir 3.722 MW e deve atender até 6,4 milhões de famílias.
Ele é único do Brasil que integra a produção de gás e a geração de energia. Suas instalações são ultramodernas e já mudaram a face da região. O gás atinge sete municípios.
O projeto da Eneva, antiga MPX, que tem como principal acionista a E.ON, é um investimento de R$ 4,2 bilhões, todos da iniciativa privada. Foi feito um gigantesco esforço em treinamento de pessoal e foram criados 3.700 empregos diretos e mais de 10 mil indiretos.
É um projeto ultramoderno. Eu visitei há alguns anos a usina a gás de Shangai que tinha 400 metros de extensão e gerava 500 MW. Aqui o projeto é feito de unidades compactas a partir de 160 MW que se integram para o resultado final.
O Complexo Parnaíba responde por metade da capacidade de geração da Eneva. O investimento total da companhia no Maranhão atinge R$ 7 bilhões, com a Termelétrica Itaqui, em São Luís.
O gás natural que abastece as usinas do Complexo Parnaíba é extraído dos poços da Bacia do Parnaíba e representa cerca de 40% da produção em terra (on shore) do combustível no Brasil. Atualmente, o consumo de gás natural pelas usinas é de cerca de 5,5 milhões de metros cúbicos/dia.
Até agora, 33 poços de exploração já foram perfurados na Bacia do Parnaíba, dos quais 22 tiveram indicação de gás. Além do gás, estão sendo produzidos diariamente 120 barris de petróleo, o começo de uma produção que seguramente vamos ter com o resultado da exploração dos novos campos licitados no estado. Além disso, com o crescimento da produção de gás, deve haver um excedente não utilizado na geração de energia elétrica que será disponibilizado para as indústrias maranhenses.
O empreendimento é fruto do trabalho da governadora Roseana e do ministro Edison Lobão, que se empenharam para que ele se tornasse realidade. Isto confirma a nova etapa em que o Maranhão está entrando, com os investimentos em celulose da Suzano e com a Refinaria Premium da Petrobrás, que será a maior do Brasil. São R$ 120 bilhões de investimentos nos diversos projetos em andamento no estado.
Alcançamos também um resultado da maior importância na redução de pobreza, onde a presidente Dilma tinha fixado a meta de redução de 12,5% em 2015, meta que o Estado já atingiu, baixando 22% para 12% a pobreza extrema. Este anúncio foi feito pelo subsecretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros.
O Maranhão, na inauguração do Complexo Parnaíba, deu também provas de caráter: foram prestadas homenagens a Eike Batista, num momento em que o empresário está passando por dificuldades, e à visão pioneira de Roberto Viana, que foi o primeiro a descobrir a capacidade de geração de gás na região.