De O Estado do Maranhão
A repentina mudança de opinião do comunista Flávio Dino em relação ao ex-prefeito João Castelo repercutiu negativamente no grupo do próprio candidato a governador.
Seus aliados viram nos elogios ao tucano um pragmatismo que põe em risco a imagem que Dino tenta construir, de adversários dos políticos tradicionais.
Os mais duros críticos de Flávio Dino em sua própria seara foram os professores universitários João de Deus Castro e Ed Wilson Araújo.
Tanto um quanto o outro são considerados quadros históricos da “mais pura esquerda” maranhense. Ambos publicaram artigos para criticar o que chamaram de “pragmatismo exacerbado” do chefe comunista.
- Daqui a pouco, com tantos aliados retrógrados, Dino vai ficar a cara do continuísmo. E Luis Fernando pode até se apresentar como a renovação - afirmou o petista Ed Wilson, professor da Ufma e encantado com a possibilidade de um governo comunista no Maranhão
Mas Dino demonstra pouca importância à crítica dos aliados. Para ele, o que parece interessar é vencer a eleição, a qualquer custo.
Nem que, para isso, possa ver qualidades em adversários que sempre viu como “símbolo do atraso”, “político ultrapassado” ou “perseguidor da juventude”.
João Castelo, por sua vez, preferiu apenas ironizar as loas do adversário.
- Já tolerei muita coisa na vida. Eu não sou intransigente, posso fazer política com qualquer pessoa, eu não sou intolerante, pelo contrário - disse o ex-prefeito, reafirmando, no entanto, que ainda vê Dino como adversário.
O ex-prefeito tucano, calejado pelas inúmeras disputas eleitorais que já protagonizou ao longo de mais de 40 anos de vida pública, se diverte entre aliados com as loas jogadas por Flávio Dino.
Que ele vê como um político amador, estudantil…