A crise no sistema carcerário é nacional. Estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, entre outros, enfrentam problemas na gestão penitenciária. O Maranhão entra como mais uma fatia desse bolo indigesto.
Então, pergunto: Por que só o Maranhão deve ser alvo de uma intervenção federal?
Vale esclarecer que, em julho deste ano, por exemplo, o integrante do Conselho nacional de Justiça inspecionou estabelecimentos prisionais em Natal (RN) e sintetizou em relatório a situação daquele estado: “enfrenta um momento de grave crise, com necessidade de medidas urgentes, mesmo que medidas mínimas, pois o estado democrático de direito está em risco”.
Em Santa Catarina, a crise se agravou no início deste ano e também chamou a atenção da imprensa nacional e de órgãos de defesa dos direitos humanos. Então, repete-se a pergunta: Por que só o Maranhão deve ser alvo de uma intervenção federal?
A resposta não é tão simples e merece algumas considerações sobre o quê rola e quem circula pelos bastidores de toda essa questão. Vale destacar que o braço direito do procurador geral da República, Rodrigo Janot, no Ministério Público Federal (MPF) é o procurador Nicolao Dino, irmão do pré-candidato ao governo Flávio Dino, de oposição ao grupo da governadora Roseana Sarney.
Nicolao, inclusive, já foi apontado pela imprensa como o interlocutor do irmão político com a classe jurídica. Além disso, o colunista Lauro Jardim, da Veja, já chegou a tratar do caso, destacando o parentesco e observando Flávio Dino como “histórico desafeto da família Sarney”.
Nos bastidores, esse está sendo considerado um dos principais fatores de tanto endurecimento, de tanta rigidez com o Maranhão diante de uma crise que é nacional.
Vele lembra que o outro irmão de Flávio Dino, o Sálvio Dino foi Secretário de Justiça no governo de José Reinaldo Tavares. A situação de caos nos presídios maranhenses já era uma realidade.
blog do Zeca Soares