E foi aí que escorregou.
Logo depois do seu discurso, o vice-presidente da Assembleia, deputado Max Barros (PMDB), questionou por que, agora, o deputado Rubens Júnior usa dados de um relatório do TCE para atacar um adversário político, mas não concordou com um relatório do mesmo TCE, em maio do ano passado, que apontava irregularidades na gestão de sua mãe, a prefeita Suely Pereira (PSB), à frente da Prefeitura de Matões. “São dois pesos e duas medidas”, disse.
Na ocasião, a revolta do comunista contra a Corte de Contas fora tão grande que vários deputados se manifestaram em apoio aos conselheiros.
“Naquele momento, fui eu que vim aqui à tribuna para defender o Tribunal de Contas, para dizer o quanto é importante termos órgãos fiscalizadores. Mas tive a responsabilidade, também, de acatar uma colocação do deputado Rubens Júnior, que auditorias preliminares merecem ainda o contraponto do próprio gestor, que isso vai passar pelo Ministério Público de Contas, pelo relator da matéria, pelo Plenário para, só depois, se tornar uma decisão do pleno do Tribunal de Contas. E agora o deputado Rubens Júnior, baseado no relatório preliminar do Tribunal de Contas, já vem fazer juízo de valor de uma matéria em que o próprio prefeito ou as pessoas que foram apontadas, irão apontar item por item o que aconteceu”, completou.
O líder do governo na Casa, deputado César Pires (DEM) também criticou a mudança de postura do comunista em relação ao TCE. Segundo ele, se toda denúncia for baseada em relatório preliminar da Corte, antes das defesa, haverá “217 prefeitos desonestos apenas no primeiro relatório”.
Para Max Barros, a incoerência do líder da oposição tem uma explicação: a disputa eleitoral. Para ele, os ataques e a perseguição a Luis Fernando devem-se ao fato de que o peemedebista é a principal ameaça ao candidato comunista ao Governo do Estado, Flávio Dino (PCdoB), líder em todas as pesquisas há quatro anos.
“Até hoje, ninguém levantou uma dúvida sobre a correção, sobre a moral de um homem que tem 30 anos de vida pública, ocupou quase todas as secretarias no Estado, foi prefeito de Ribamar, todas as contas como prefeito de Ribamar, foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e quando se aproxima o período eleitoral, se procura colocar nódoa na honra do homem público correto; esse tipo de política eu não concordo por que não a pratico”, completou.
De acordo com a denúncia de Rubens Júnior o relatório do TCE levanta questões sobre a aplicação de R$ 2,5 milhões de um convênio entre a Prefeitura de Ribamar e o Governo do Estado na construção de um estádio na cidade.
Segundo ele, mesmo após o pagamento de todo o valor do convênio, o estádio Dário Santos, o “Caldeirão do Peixe”, ainda não está pronto. Em seu discurso, Max Barros também contestou a informação.
“Há estádios que custam, hoje, R$ 1 bilhão. Você construir um estádio com R$ 2,5 milhões, é claro que se refere à primeira etapa do estádio, e o deputado Rubens Júnior não detém todas as informações. A informação que eu tenho, é que o que consta na planilha depois foi adequado e isso é dentro da legislação. Tem serviços que não estavam previstos era um projeto básico e que eram necessários fazer esse serviço antes daqueles que estavam previstos na planilha original. Isso é normal na administração pública, você pode substituir um serviço por outro serviço, através de um processo de aditivo de adequação de planilha. Então, isso é que é o fundamental, fundamental é que o dinheiro lá está aplicado e que se nós quisermos eu tenho certeza podemos ir lá tirar uma Comissão visitar o estádio e verificar quanto foi pago e foi executado”, concluiu.
blog do Gilberto Leda