Um dos incômodos da oposição maranhense em relação ao pré-candidato Luis Fernando Silva (PMDB), é o fato de ele não ser, nem de longe, um membro orgânico do grupo Sarney.
Luis Fernando não tem as relações, os contatos e os apoios que o próprio chefão comunista Flávio Dino já teve, tem e tende a ter no grupo Sarney.
Tanto que o peemedebista sofre rejeição aberta da parte mais fisiológica deste grupo.
E é exatamente por isso que a oposição fica perdida, sem ter como vinculá-lo àquilo que eles pretendem usar como mote de campanha.
Flávio Dino cresceu às expensas do que ele chama oligarquia. Luís Fernando, não.
Enquanto o Flavio Dino fazia política em escolas particulares, viajando para estudar fora, às custas do apoio da família à oligarquia, Luis Fernando ajudava o pai, comerciante, para garantir os mesmos estudos.
Mesmo com as diferenças de criação, Luis Fernando se preparou tanto quanto o comunista – e sem as mesmas condições – e chegou à universidade, foi auditor fiscal e é professor universitário.
Curiosamente, a parte do grupo Sarney que mais rejeita Luis Fernando é exatamente aquela que já demonstrou simpatia por Flávio Dino em alguns momentos da política maranhense.
É gente que se resigna com a sentença segundo a qual “ele (o Dino) será governador cedo ou tarde”.
Por outro lado, a parte da oposição mais histórica é a que mais simpatia tem por Luis Fernando na comparação com o próprio Flávio Dino.
Gente que cresceu e acompanhou Jackson Lago, fortaleceu o PDT, o PT, o PSB e o PCdoB; gente que chegou às universidades fortalecendo o discurso ideológico, é que mais tem convicção nas diferenças doutrinárias e programáticas que põem o peemedebista a quilômetros do comunista em termos de preparo.
E é isso que os que gravitam em torno do Dino não conseguem eliminar.
Por isso torcem para tirar Luis Fernando Silva do páreo de outubro.
E com o apoio sistemático da parte mais fisiológica dos seus próprios adversários…
blog do Marco Deça