segunda-feira, 17 de março de 2014

Tempo para pensar 


roseanaA partir de hoje, a governadora Roseana Sarney (PMDB) conta com exatos 20 dias para decidir  se desincompatibilizará do Governo para concorrer a uma cadeira no Senado da República ou se permanece no cargo até o fechamento do seu mandato, no dia 31 de dezembro.
Se decidir sair, a governadora abrirá caminho para a eleição, indireta, pela Assembleia Legislativa, de um governador para o mandato-tampão. Se ficar, comandará o processo eleitoral a distância, sem qualquer envolvimento direto e formal na campanha. A eventual vacância do cargo de governador e a eleição indireta têm sido o ponto central do frenesi que tomou conta da seara política desde que o então vice Washington Oliveira foi nomeado para o Tribunal de Contas, passando o presidente da Assembleia Legislativa a ser também vice-governador.
Esse cenário deu ao presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), o gás que precisava para se colocar como candidato ao eventual mandato-tampão. Mas teve como poderoso contrapeso o pré-candidato do PMDB a governador, Luis Fernando Silva, cujo projeto é ser eleito indiretamente e se candidatar á reeleição no Carmo.
Se a governadora decidir permanecer no cargo até o fim, cada um seguirá o seu rumo, irmanados dentro do grupo, e tudo evoluirá de acordo com as circunstâncias políticas e eleitorais. Mas se decidir sair terá de usar uma hábil engenharia política para acomodar interesses os mais diversos e evitar uma situação de disputa dentro do grupo. Arnaldo Melo não esconde seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões por essa via.
Aliados de Luis Fernando argumentam que sua eleição indireta facilitará sua eleição direta. É claro que a decisão de sair ou ficar da governadora tem a ver com essa equação sucessória, mas muitos outros fatores estão pesando no exame das duas opções, entre eles a vontade de entrar as grandes obras que estão sendo concluídas e a necessidade de dar tempo a si e à família.
Vale, portanto, aguardar.
Coluna Estado Maior/O Estado