foto professor Gilvan - arquivo |
No município de São Pedro da Água Branca, a população reclama do atendimento no hospital municipal. Segundo os pacientes, falta até água para beber.
A falta de estrutura na unidade de saúde, no entanto, não se nota olhando a fachada. Na recepção, uma jovem, grávida de sete meses do primeiro filho, estava desde cedo aguardando atendimento após perder líquido desde o dia anterior.
"Estou esperando mais de três horas para ser atendida. Eu cheguei perdendo bastante líquido, fui atendida pela enfermeira e estou esperando a médica. Me disseram que ela ainda não chegou no hospital", afirmou a paciente Maria Daiane.
Uma outra mulher estava com a filha, com febre e diarreia, esperando pela única médica que atende no hospital.
As dificuldades não terminam quando os pacientes conseguem atendimento. Na enfermaria, há pacientes que, mesmo internados, precisam voltar em casa para tomar banho. Só um banheiro está sendo usado por todos os pacientes, mas nem pia ele tem. Até comida e água os pacientes internados precisam trazer de casa.
"Alimentação aqui não tem. Só se a pessoa trouxer de sua residência. Ontem minha mulher estava internada e eu fui buscar água na casa ali em frente, porque aqui não tinha", disse um paciente.
O hospital passa por reforma desde 2009, mas o que se vê é situação de abandono. Banheiros interditados, vazamento, paredes com infiltração, sujas de sangue, e pias sem torneiras. As condições da unidade de saúde motivaram uma denúncia no Ministério Público. Esta semana, a promotora responsável começou a ouvir os relatos dos funcionários.
A denuncia foi feita pela presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores. Lilian Gonçalves disse que as deficiências do hospital tem só colocado em risco a vida de quem precisa de atendimento.
"É uma saúde de total descaso, uma falta de compromisso do gestor. Eu me preocupo muito com essa questão de contaminação, disseminação de doenças porque não há materiais de limpeza. Faltam produtos químicos, para a limpeza tanto dos instrumentos quanto do hospital em si", afirmou a presidente da comissão de saúde da Câmara, Lilian Gonçalves.
O diretor do hospital não quis conceder entrevista. O secretário de Saúde, Francisco Taveira Peixoto, não foi encontrado pela reportagem. A assessoria da promotora Samira Mercês dos Santos informou que ela continua ouvindo funcionários do hospital.