Moradores da Vila Esperança, distante cerca de 2km da zona urbana do município, tentam impedir que técnicos do SAAE instalem hidrômetros nas residências. De acordo com os populares, a colocação dos medidores de consumo de água elevaria os gastos de famílias humildes, que sobrevivem unicamente de benefícios sociais e as tornariam inadimplentes devido ao alto preço da tarifa de água cobrada pela autarquia, umas das mais caras do Maranhão.
Nos últimos dias, funcionários do SAAE começaram a instalar os hidrômetros em algumas residências e as pessoas que não aceitarem a colocação do aparelho estão sendo obrigadas a assinarem um termo de responsabilidade, o que resultaria em multas. A reação dos moradores diante dessa ameça, foi ainda mais contundente, e eles não descartam danificar os medidores.
Indignada com o posicionamento do SAAE, a presidenta da Associação de Moradores, Ana Paula, com uma câmera na mão, registrou a real situação da comunidade, onde as ruas não são pavimentadas, não há posto médico e nem escola de ensino fundamental. A rede de energia elétrica é no sistema de "gambiara". A prefeitura de Caxias ainda não concluiu o processo de titularização da terra para as famílias. Sem endereço reconhecido, a CEMAR não instala rede de energia nas residências.
Ainda sobre o Sistema de Abastecimento D"Água, a denúncia é de que com os hidrômetros instalados, algumas unidades consumidoras estariam sendo cobradas por meses retroativos à perfuração do poço artesiano. No local também não foi colocada uma caixa d"água para armazenar o líquido.
O mesmo Sistema de Abastecimento de Água, que teria custado R$ 430 mil é peça de investigação do Ministério Público, por suspeita de improbidade administrativa do prefeito Leonardo Coutinho (PSB). As irregularidades, segundo denúncias encaminhadas pelo vereador Fábio Gentil ao MP, teria sido praticada na assinatura da ordem de serviço, com a licitação sendo feita 40 dias depois de iniciada a obra.
Matéria cedida pela TV Cidade Caxias