Deputados usam parentes como “plano B” na busca por vagas na Assembléia Legislativa
Citado três vezes na lista do Tribunal de Contas da União (TCU) de gestores com contas julgadas irregulares, Raimundo Louro – que já foi prefeito de Pedreiras -, registrou a própria candidatura, com uma espécie de deboche à Justiça Eleitoral.
Com dificuldades de ter o registro deferido, ele anexou ao pedido de registro uma foto do Papa Francisco e resolveu registrar a filha, Priscilla Louro, também do PR. O objetivo é lançá-la em seu lugar após a confirmação do indeferimento da candidatura. O deputado foi procurado pelo blog, mas não deu retorno às solicitações.
O deputado Camilo Figueiredo (PR) não tem problemas com a Justiça que o impeçam de ser candidato, mas teme ser prejudicado pela chapa em que o seu partido entrou para o pleito de outubro. O Partido Republicano faz parte da coligação “Pra Frente, Maranhão 2”, com PMDB, DEM, PTB, PV, PTdoB, PSC, PRTB e PSD.
Para evitar problemas maiores, Figueiredo providenciou o registro de Camilo Figueiredo Filho, o Camilinho, filiado ao PCdoB, acreditando que entre os comunistas o filho pode ter mais sucesso do que ele próprio entre candidatos do PMDB, principalmente.
Em Caxias, a família Coutinho registrou duas candidaturas: a da deputada Cleide Coutinho (PSB) e a do ex-prefeito Humberto Coutinho (PDT). Nesse caso é a própria parlamentar o “plano B”.
Desde o ano passado, estava praticamente certo que o candidato do grupo seria o pedetista. A deputada não tentaria reeleição. Um câncer, no entanto, forçou a cautela da família em relação ao candidato, então a socialista Cleide Coutinho acabou também se registrando para a disputa.
Em todos os casos, os registros só serão confirmados após julgamento pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão. De acordo com o artigo 54 da Resolução 23.405 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prazo para julgar os pedidos e publicar as decisões, inclusive acerca dos impugnados, encerra em 5 de agosto. O primeiro turno das eleições 2014 ocorre em 5 de outubro e eventual segundo turno no dia 26 do mesmo mês.
Outros casos
O registro de parentes para substituir candidatos não é novidade na disputa por vagas na Assembleia Legislativa. Em 2006, o atual líder da Oposição, Rubens Pereiria Júnior (PCdoB), então no PRTB, foi registrado para substituir o pai, deputado Rubens Pereira, considerado ficha-suja.
Em 2010, o deputado Fufuca Dantas, também registrou o filho, André Fufuca (PEN), que se elegeu então no PSDB.
blog do Gilberto Leda