Governo Federal aprova envio de tropas ao Maranhão
Quadrilha do Bonde dos 40 acusada de fuzilar dois parentes de detentos |
Veja
– O Ministério da Justiça aprovou o envio de tropas da Força Nacional
de Segurança para reforçar o policiamento em São Luís, no Maranhão. A
decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira. A
medida é uma resposta ao pedido feito pelo governo maranhense, que
solicitou o apoio federal após uma onda de ataques comandada por facções
criminosas a ônibus e carros. Em três dias, ataques a 17 veículos foram
registrados na capital do Estado.
O emprego da Força Nacional foi
autorizado pelo período de trinta dias e poderá ser prorrogado, caso
necessário. O objetivo, segundo o ministério, é “preservar a ordem
pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio na cidade de São
Luís e Região Metropolitana”. De acordo com a portaria publicada no
Diário Oficial da União, a operação será iniciada imediatamente e terá o
apoio logístico e a supervisão dos órgãos de segurança pública do
governo do Estado. O documento não informa, no entanto, o número de
agentes que serão enviados ao Maranhão.
Esta é a segunda vez em menos de um ano
que a governadora Roseana Sarney solicita o reforço da Força Nacional
para tentar garantir a segurança e o patrulhamento das ruas. Em outubro
do ano passado, 150 agentes chegaram à capital com a missão de conter a
onda de violência no Complexo Penitenciário de Pedrinhas — na época, uma
rebelião no presídio acabou com a morte de nove presos, entre eles
alguns decapitados e esquartejados.
Segundo o acordo firmado com o governo
federal no ano passado, a Força Nacional deveria ficar no presídio até o
fim deste mês. No novo pedido, a governadora solicita a prorrogação no
prazo de permanência da tropa e a patrulha nas ruas da capital
maranhense. No documento encaminhado na segunda-feira ao Ministério da
Justiça, o Estado solicita o reforço para atuar no sistema penitenciário
e nas ruas de São Luís e Região Metropolitana por causa dos “momentos
de tensão e terror em face de atos de violência e vandalismo praticados
por facções criminosas”.
Pedrinhas – O presídio
do horror virou símbolo da crise penitenciária no Maranhão no início
deste ano, quando vídeos publicados na internet mostraram presos sendo
decapitados e esquartejados no local. Desde o início do ano, ao menos
dezessete detentos foram assassinados na penitenciária e foram
registrados mais de dez casos de fugas — no último, treze presos
escaparam por um túnel escavado em uma cela. Nesse mês, o diretor de uma
das oito unidades do complexo foi preso por liberar presos em troca de
dinheiro.
Na última semana, as denúncias de
corrupção contra o diretor e as fugas em massa derrubaram o secretário
de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap), Sebastião
Uchôa. Em seu lugar, entrou o secretário interino Marcos Affonso Júnior.