Para PT, desconstrução de Marina Silva ajudou a reverter tendência
Houve uma discreta comemoração agora à noite entre integrantes da campanha de Dilma Rousseff em razão do resultado da pesquisa Datafolha. Apesar da pequena oscilação, em que Dilma variou um ponto, de 35% para
36%, e Marina Silva, do PSB, passou de 34% para 33%, petistas ficaram
aliviados com os números.
Inicialmente, havia o temor de que o noticiário sobre a delação
premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pudesse impactar
imediatamente a campanha de Dilma. Pelo menos por enquanto, observou um
coordenador da campanha, esse assunto não contaminou Dilma. Ainda há
preocupação com o efeito das denúncias de Costa, quando for divulgado o
conteúdo da delação.
Para petistas, o que funcionou nos últimos dias foi a campanha de
desconstrução de Marina Silva. O partido avalia que deram resultados a
comparação da candidata do PSB ao ex-presidente Fernando Collor; os
ataques à proposta de autonomia do Banco Central; e a propaganda de que
Marina seria contra o pré-sal.
“Foi essa artilharia que reverteu a tendência de crescimento de Marina”, reconheceu um petista com assento na campanha de Dilma.
Por isso, a ordem é intensificar nas próximas semanas a estratégia
para desqualificar a candidatura de Marina e o seu discurso. Para o PT, é
importante aproveitar esse primeiro turno, em que Dilma tem mais de 11
minutos de propaganda na televisão, contra apenas 2 minutos de Marina.
“Este é o momento para tentar conseguir abrir uma vantagem de 10
pontos em relação a Marina. Essa margem dará conforto para enfrentar num
segundo turno, onde a situação será igual e as duas terão exatos 10
minutos no tempo de televisão”, observou esse petista.
Para coordenadores da campanha de Marina, o tempo de televisão de
Dilma neutraliza qualquer chance de reação neste momento aos ataques do
PT.
“Marina ter conseguido manter um empate com Dilma já foi uma vitória.
O PT não tem vergonha de manipular informações nos comerciais de
televisão. E não temos como rebater”, observou um interlocutor da
ex-senadora.
fonte Gerson Camarotti