Por Adilson Silva - Folha Universal
Estamos às portas de um novo ano. As
ruas ficam, como sempre, mais bonitas com os enfeites natalinos. O
comércio é aquecido pelo 13o salário – uma pesquisa recente, realizada
pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostrou que oito em
cada dez brasileiros (82%) iriam gastar todo o dinheiro recebido a mais
no final do ano com compras de Natal.
Nessa época, muitos são tomados por uma
euforia pela proximidade das festas de confraternização, embora, vale
destacar, a tristeza se acentue para os que estão deprimidos, já que
eles não têm o que comemorar. Canções com mensagens positivas e
carregadas de sentimento invadem a mídia e embriagam a sociedade de
emoção. Grande parte da população acredita que um novo ano por si só
pode trazer mudanças significativas para a vida. Há os que creem que a
roupa usada na virada ou alguma ação supersticiosa também possa
contribuir para um futuro melhor. Para estes, vale tudo para garantir um
ano novo bom: pular ondas, não comer certas comidas que dizem atrasar a
vida e até mesmo carregar na carteira o ano todo objetos que
supostamente trazem sorte. Como de costume, na passagem do dia 31 de
dezembro para o dia 1o de janeiro muitos abraços são dados e recebidos,
acompanhados da famosa frase “Feliz Ano-Novo”. Diante de tudo isso, o
questionamento que faço é: quantos estão praticando isso há anos, desde
que se entendem por gente, e até hoje nada mudou?
Não é difícil explicar o motivo. É claro
que não há mal nenhum em comemorar a chegada de um novo ano, mas é
preciso que as pessoas entendam que o tempo por si só não muda nada.
Aliás, muda a nossa aparência, pois o nosso corpo está em constante
transformação. No mais, o tempo servirá apenas para trazer-nos a
colheita de tudo aquilo que plantarmos.
Por isso, é necessário que aqueles que
almejam uma vida nova tenham consciência que isso requer mudança de
atitudes. Temos que nos empenhar para sermos pessoas melhores. É preciso
que façamos um balanço da vida para saber o que deve ser acrescentado
ou tirado em relação ao nosso interior. Por exemplo: a preguiça tem de
dar lugar à disposição; o medo de errar deve ser substituído pela
audácia; os pensamentos negativos e dúvidas têm de ser rechaçados; os
que ficam apoiando seus projetos em outras pessoas precisam aprender a
agir por conta própria, os maus hábitos têm de ser abandonados; e muitas
outras coisas que cabe a nós identificarmos. Só assim nos tornaremos
seres humanos melhores, e consequentemente, a vida mudará.
Caro leitor, se você espera que 2015 lhe
traga dias melhores, então aprenda a controlar suas emoções, use a
cabeça, deixe de lado o conceito de sorte ou destino e arregace as
mangas. A vida é sua, o seu futuro não está escrito nas estrelas e nada
muda se você não provocar a transformação.