São Luis atinge marca de 1.000 mortes violentas em 2014
blog do Daniel Matos
Mulher chora sobre o corpo do marido assassinado ontem em SL |
A Região Metropolitana de São Luís atingiu hoje a marca sinistra de
1.000 mortes violentas este ano, segundo levantamento feito por
repórteres especializados na área policial. O dado assustador
inclui homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte,
latrocínios, mortes decorrentes de intervenção policial, assassinatos em
presídios, mortes a esclarecer e crimes a definir, conforme a
nomenclatura adotada pela própria Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A grande maioria dos crimes foi praticada com arma de fogo, prova
de que os bandidos têm em seu poder um verdadeiro arsenal.
Só em novembro foram 128 mortes violentas, de acordo com a contagem
feita pelos profissionais de imprensa, um recorde histórico, que
espera-se que não seja batido tão cedo. Por ser um mês festivo,
dezembro, que até agora já registrou quatro homicídios, inspira mais
preocupação ainda. Cientes do risco, as polícias estão
se mobilizando para evitar que a carnificina se repita.
Vale ressaltar as ações permanentes das forças de segurança para
conter a criminalidade. O contingente das polícias Civil e Militar foi
reforçado por meio de concurso público e diversas operações são
desencadeadas diariamente para reprimir a bandidagem. O trabalho de
inteligência policial também tem levado à prisão de muitos assaltantes,
traficantes, homicidas e outros tipos de bandidos
Causas
A principal causa apontada pelas autoridades para o aumento do número
de mortes violentas é o tráfico de drogas, explorado por facções
criminosas que travam uma disputa sangrenta pelo controle das bocas de
fumo. Cerca de 70% dos assassinatos estariam relacionados à venda de
entorpecentes, segundo cálculo do ex-secretário de Segurança Pública e
deputado federal eleito Aluísio Mendes.
Mas é voz corrente entre um número cada vez maior de gestores da
segurança que a benevolência da Justiça com criminosos também está na
raiz da violência excessiva que hoje aterroriza a Ilha de São Luís.
Delegados, coronéis e outros representantes das forças policiais já se
manifestaram publicamente contra a libertação de bandidos, entre os
quais muitos de altíssima periculosidade e com graves antecedentes, por
decisões judiciais, pouco depois das suas prisões.
A polícia reclama que grande parte do seu trabalho é em vão, alegando
que o Judiciário muitas vezes trata de desfazê-lo. As críticas do
sistema de segurança prenunciam uma crise institucional, uma vez que a
Justiça passou a rebatê-las com ênfase. Todavia, crise mais grave
enfrenta o cidadão comum, vítima de uma guerra que parece interminável.