Policial Militar é preso suspeito de participar de emboscada à equipe da TV Globo
De acordo com a polícia, o acusado é sobrinho da prefeita Tina Monteles. Em depoimento, Raimundo Silva confirmou que esteve na cena do crime a convite de Jairo Lisboa de Sousa, tesoureiro da Prefeitura.
O PM foi autuado por roubo e formação de quadrilha. Monteles pode ser expulso da corporação. “Por roubo ele [cabo Monteles] pode pegar de quatro a 10 anos de prisão, e formação de quadrilha, de um a três, conforme código penal. E a sindicância, que é um procedimento administrativo, vai julgar a conduta dele. Ele poderá ser excluído da corporação se assim, a sindicância o comprovar”, explicou o comandante geral da Polícia Militar, coronel Zanoni Porto.
Mais prisões
Nesta sexta-feira (18), a Polícia Civil expediu mandado de prisão preventiva para outros três envolvidos na emboscada: o tesoureiro de Anapurus, Jairo Lisboa de Sousa, Agnaldo Rodrigues Alves e Manuel Francisco Monteles Neto.
O pedido de prisão foi feito com base no depoimento do cabo preso em flagrante, além de informações de testemunhas do crime que foram ouvidas pela Polícia Civil. “Houve de imediato, aparentemente um roubo, mas nós sabemos que o interesse não era só aquela câmera. Até porque não tem sentido – já que são ladrões – roubar uma câmera e deixar dinheiro, objetos pessoais de lado. Então, o que nós percebemos ali é que é um atentado à democracia, né? Ou seja, quando você atenta contra uma equipe de jornalistas, você está atentando contra a democracia e nós vamos ser duros. Já temos mais policiais da capital lá no interior para realizar esse trabalho e efetuar a prisão de todos eles”, garantiu o secretário de Segurança Pública, Marcos Affonso Junior.
Em nota, a Prefeitura de Anapurus disse que lamenta o ocorrido, espera que os fatos sejam elucidados e que está à disposição para qualquer esclarecimento.
O sindicato dos jornalistas de São Luís emitiu nota de repúdio a agressão ‘covarde, praticada contra os repórteres da Rede Globo’. Classificou como ‘insolente, absurda e criminosa o ato com clara conotação de ser um gesto visando cercear o direito de informar, exercido pelos jornalistas.
O sindicato cobrou, ainda, rigor nas investigações por considerar que fatos dessa natureza se constituem em uma agressão maior ao estado de direito e grave ameaça à democracia.