Maranhão recebe medicamento 3 em 1 para tratamento de Aids
Agência Saúde
O Estado do Maranhão recebeu, esta semana, o estoque de 87 mil
comprimidos do medicamento 3 em 1 para o tratamento de pacientes com HIV
e aids, enviados pelo Ministério da Saúde na última semana. A previsão é
de que a dose tripla combinada, composta pelos medicamentos Tenofovir
(300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg), comece a ser
distribuída aos pacientes do Estado esta semana. A combinação dos
medicamentos deverá beneficiar em todo o país 100 mil novos pacientes
com HIV e Aids. O Ministério da Saúde investiu R$ 36 milhões na
aquisição de 7,3 milhões de comprimidos para todo o país. O estoque é
suficiente para atender os pacientes nos próximos doze meses.
De
acordo com o novo boletim epidemiológico, atualmente, cerca de 734 mil
pessoas vivem com HIV e Aids no país. Desde os anos 80, foram
notificados 757 mil casos de Aids no país. No Maranhão, foram 13.331
casos nesse mesmo período. A epidemia no Brasil está estabilizada, com
taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes, em
2013. No Estado do Maranhão essa taxa é de 19,9 a cada 100 mil
habitantes.
O uso do medicamento 3 em 1 está previsto no Protocolo
Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids do Ministério da Saúde
como tratamento inicial para os pacientes soropositivos. Atualmente, os
medicamentos são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e
consumidos, separadamente. Os Estados do Rio Grande do Sul e Amazonas,
que possuem as maiores taxas de detecção do vírus, recebem, desde
novembro, a dose tripla combinada. Nesse período, cerca de 11 mil
pacientes foram beneficiados nos dois estados.
Para o ministro da
Saúde, Arthur Chioro, a dose combinada representa um avanço importante
na melhoria do acesso ao tratamento de Aids no país. “A utilização de
dose fixa combinada (3 em 1) irá permitir uma melhor adesão ao
tratamento de pessoas que vivem com HIV e Aids. Além de ser de fácil
ingestão, o novo medicamento tem como grande vantagem a boa tolerância
pelo paciente, já que significa a redução dos 3 medicamentos para apenas
1 comprimido ”, explicou o ministro.
Incorporações
Em
2014, o Ministério da Saúde incorporou novos medicamentos para os
pacientes com Aids, como o ritonavir 100 mg, na apresentação
termoestável, que permite que o medicamento seja mantido em temperatura
de até 30°C. A incorporação representou um importante avanço uma vez que
o medicamento distribuído anteriormente no SUS necessitava de
armazenamento em câmara fria.
Em dezembro, o SUS passou a oferecer
o medicamento tenofovir 300 mg composto com a lamivudina 300mg em um
único comprimido, o chamado 2 em 1. A nova formulação, produzida
nacionalmente, é distribuída pela Farmanguinhos/Fiocruz. Ainda em
dezembro, o Ministério da Saúde passou a garantir a todos os adultos com
testes positivos de HIV, mesmo que não apresentem comprometimento do
sistema imunológico, o acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a
Aids pelo SUS. A medida também integra o novo Protocolo Clínico de
Tratamento de Adultos com HIV e Aids.
Entre 2005 e 2013, o
Ministério da Saúde mais do que dobrou o total de brasileiros com acesso
ao tratamento, passando de 165 mil (2005) pra 400 mil (2014).
Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os
pacientes soropositivos. Desse total, 12 são produzidos no Brasil.