quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Eduardo Cunha diz que "não vê espaço" para impeachment de Dilma Rousseff 
de O Globo 
 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) reforçou sua posição contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, afirmando que não há espaço para o uso desse instrumento contra o o governo que está no início e que foi legitimamente eleito. Cunha fez questão de dizer que uma coisa é o ritmo que vem imprimindo em sua gestão, de independência em relação ao Executivo, e a defesa do impeachment da presidente. 
 
Eu fui sempre muito claro com relação a esse assunto e vou continuar sendo: não vejo espaço para isso, não concordo com esse tipo de discussão e não terá meu apoio. Existe uma diferença muito grande de você ter qualquer tipo de divergência ou a forma de atuar com independência — disse Cunha.

Cabe ao presidente da Câmara analisar os pedidos de impeachment de presidentes da República que chegam ao Congresso Nacional, decidindo se dá ou não andamento aos pedidos. Se o sinal verde for dado, o processo segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Em plenário, o pedido precisa ter pelo menos 342 dos 513 votos para seguir para o Senado.

O governo que aí está, está legitimamente eleito. Não dá para você, no início do mandato, ter esse tipo de tratamento desse processo. Eu não concordo — acrescentou Cunha.

Cresce nas redes sociais um movimento em defesa do impeachment de Dilma, e está sendo articulado um ato para o dia 15 de março chamando as pessoas para irem às ruas em defesa do uso desse instrumento. A oposição começa a fazer discursos neste sentido. Na noite da terça-feira o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), usou a tribuna da Casa para dizer que não é preciso ter receio de tratar a possibilidade de impeachment de Dilma, porque esse é um preceito para preservar a população.

Se estiverem presentes as condições, como aparentam estar, e ela (Dilma) continuar nessa trilha de corrupção e improbidade, haverá sim impeachment — disse Sampaio.

Desde a eleição, quando venceu o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), que tinha o apoio do Planalto, Cunha vem tomando decisões que causam constrangimento ao governo e demarcam posição de independência. Na semana passada ele analisou e criou imediatamente a CPI da Petrobras proposta pela oposição. Na terça, anunciou a decisão de chamar os 39 ministros para darem explicações ao Congresso.