Romário consegue assinaturas para criação da CPI da CBF no Senado
O Globo
Em duas horas o senador Romário (PSB-RJ) recolheu 43 assinaturas - o
mínimo é 27 - para a instalação no Senado de uma CPI para investigar as
denúncias de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol desde a
presidência de Ricardo Teixeira, passando por José Maria Marin, preso
nesta quarta-feira na Suíça, até a atual gestão de Marco Polo del Nero.
Ele disse estar muito feliz com as prisões, mas falta ainda mais gente
para ser presa.
— Eu vou ficar mais feliz ainda quando o Ricardo Teixeira for preso, o
que deve acontecer em breve. Todos se achavam intocáveis na CBF ,
diziam que era uma entidade privada e não tinham que ser investigados.
Mas como dizem meus amigos, a casa vai cair para eles — comemorou
Romário.
O ex-craque da seleção de futebol disse que há anos vem batendo na
mesma tecla, da necessidade de abrir a caixa preta da CBF, envolvendo
dirigentes desde a gestão de Ricardo Teixeira.
— Até que enfim! O FBI e a polícia suíça fizeram as prisões mais
rápido do que eu pensava. Se dependesse da nossa polícia essas prisões
não aconteceriam. Com a CPI a caixa preta da CBF vai ser aberta para
moralizar definitivamente nosso futebol — disse Romário.
O senador fluminense disse já ter indícios de que o esquema de corrupção
que está sendo investigado pelo FBI vai respingar na Copa de 2014 no
Brasil.
— Tenho certeza que vai ter. O FBI já declarou que alguma coisa vai resvalar nos acontecimentos da Copa aqui — disse.
O requerimento de Romário pede que sejam investigados todos os fatos
denunciados e que levaram as prisões dos dirigentes hoje, tudo que
aconteceu na CBF nos últimos anos, vinculação de convocações de
jogadores a contratos comerciais, negócios em jogos amistosos da seleção
e outras denúncias relacionadas a corrupção no órgão.
— Nosso futebol precisa dessa chacoalhada. Tem que investigar também
outras pessoas da CBF e algumas empresas que participaram dessas
sacanagens — disse Romário, que mais cedo declarou que lugar de ladrão é
na cadeia.