O deputado estadual Roberto Costa (PMDB) repercutiu na sessão de
ontem (11), na Assembleia Legislativa, o Relatório divulgado pela ONG
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostrou que o risco de um
jovem entre 12 e 29 anos ser assassinado no Brasil é 2,5 vezes maior se
ele for negro.
Roberto Costa relembrou que esses indicadores traçam, de forma
perfeita, a realidade da violência contra o jovem no país e no estado,
sobretudo o negro, uma vez que se o fator racial for excluído, há uma
melhora significativa na vulnerabilidade desses jovens. O deputado
reforçou que esse aumento da violência se dá sobretudo nas áreas mais
desassistidas pelo poder público e nas periferias, local em que se
concentra a maioria dos jovens afetados pela carência de políticas
públicas eficientes.
Segundo o MAPA da violência no Brasil, das quase 56 mil pessoas
assassinadas no país, em 2012, 30 mil eram jovens com idade entre 15 e
29 anos e desses 77% eram negros.
O parlamentar destacou que o dado era importante, principalmente no bojo da
discussão da redução da maioridade penal, tema que o deputado disse ter
posição contrária por entender que os índices da violência não serão
melhorados por medidas como a redução da maioridade penal, mas a partir
de medidas que garantam mais escolas, mais educação e mais cultura para
jovens e crianças. “Se você não dá o direito de acesso à educação, você
também não pode cobrar desse jovem a sua posição de desvio para a
criminalidade no futuro”, pontuou.
O peemedebista defendeu que essa realidade precisa ser combatida na capital e
nos interiores do estado em que a juventude está sendo esquecida e citou
Bacabal como exemplo de cidade em que a violência tem avançado em
vários locais. “Eu cito a Trizidela, em Bacabal, como exemplo de local
em que o índice de criminalidade é grande, o que também tem acontecido
em outras comunidades, mas a Trizidela não precisa só de mais policiais,
precisa de mais escolas, de saúde, de infraestrutura nas ruas”.
Roberto Costa alertou para que a Assembleia Legislativa possa
discutir a situação extrema de vulnerabilidade dos jovens maranhenses e
convidou a Casa a elaborar propostas que melhorem a situação dos jovens,
sobretudo negros e de regiões que são historicamente esquecidas pelas
políticas públicas do país, estado e cidade.