Ministério Publico prevê pena de 151 anos para mentor de barbárie em Castelo do Piauí
Adão José de Sousa [foto], 39 anos, acusado de
ser mentor do estupro coletivo a quatro garotas em Castelo do Piauí,
pode ser condenado a 151 anos e 10 meses de prisão, segundo reportagem
da Veja, veiculada nesta segunda-feira (15). O acusado será denunciado à
Justiça hoje, pelo promotor Cezário Cavalcante.
As quatro adolescentes foram estupradas e
agredidas por Adão e quatro menores de idade na noite do dia 27 de
maio. Adão é acusado pelos três menores de ser idealizador dos crimes.
Além das agressões, as vítimas foram jogadas de um penhasco. Danielly
Feitosa, 17 anos, não resistiu às agressões e morreu no Hospital de
Urgência de Teresina, dez dias após os abusos.
O promotor irá denunciar Adão pelos
seguintes crimes: corrupção de menores (cinco anos e quatro meses),
associação criminosa (quatro anos e seis meses), porte ilegal de arma
(quatro anos), quatro estupros qualificados (48 anos), três tentativas
de homicídio (sessenta anos) e homicídio quintuplamente qualificado
(trinta anos) – motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da
vítima, tentativa de ocultar crime anterior e feminicídio. “Estou
considerando que o juiz aplique a pena máxima”, disse o promotor.
Para o Ministério Púbico não há dúvidas
de que Adão violentou as adolescentes na companhia dos quatro menores
que o denunciaram. Os meninos já têm diversas passagens pela polícia de
Castelo do Piauí, entre elas, assaltos, arrombamentos de casas, além de
serem usuários de drogas. Adão, é fugitivo da justiça de São Paulo, onde
cumpria pena por tráfico de drogas, estava há dois meses no Piauí, onde
também traficava drogas.
“Eles mandaram uma das meninas amarrar
as outras, uma coisa terrível. Um dizia ‘meu patrão gosta de loirinha’.
Eles fizeram isso para humilhar, com desprezo. E no fim crivaram as
meninas de pedras”, disse Cavalcante. Para se certificar de que as
garotas não sobreviveriam à barbárie, dois menores apedrejaram as
meninas depois de tê-las jogado de uma altura de 8 metros. Adão nega
participação no crime e disse que não estava na cidade do dia do
ocorrido, mas uma testemunha afirmou que viu o acusado pedindo velas na
região onde o crime aconteceu.
O processo vai ser protocolado na Vara
Única do Fórum de Castelo do Piauí, cujo juiz responsável é Leonardo
Brasileiro. O traficante está preso preventivamente na Casa de Detenção
de Altos (PI).
O processo contra os quatro menores
tramita paralelamente. Todos estão apreendidos preventivamente Centro de
Internação Provisória (CEIP). Se condenados, podem cumprir até três
anos de medidas socioeducativas no Centro Educacional Masculino(CEM). A
justiça e o Ministério Público devem ouvir novamente o depoimento dos
acusados no próximo dia 24. Duas das vítimas, que já receberam alta
médica, também serão convocadas a depor.