terça-feira, 16 de junho de 2015

Ministério Publico prevê pena de 151 anos para mentor de barbárie em Castelo do Piauí  


Adão José de Sousa [foto], 39 anos, acusado de ser mentor do estupro coletivo a quatro garotas em Castelo do Piauí, pode ser condenado a 151 anos e 10 meses de prisão, segundo reportagem da Veja, veiculada nesta segunda-feira (15). O acusado será denunciado à Justiça hoje, pelo promotor Cezário Cavalcante.

As quatro adolescentes foram estupradas e agredidas por Adão e quatro menores de idade na noite do dia 27 de maio. Adão é acusado pelos três menores de ser idealizador dos crimes. Além das agressões, as vítimas foram jogadas de um penhasco. Danielly Feitosa, 17 anos, não resistiu às agressões e morreu no Hospital de Urgência de Teresina, dez dias após os abusos.

 O promotor irá denunciar Adão pelos seguintes crimes: corrupção de menores (cinco anos e quatro meses), associação criminosa (quatro anos e seis meses), porte ilegal de arma (quatro anos), quatro estupros qualificados (48 anos), três tentativas de homicídio (sessenta anos) e homicídio quintuplamente qualificado (trinta anos) – motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima, tentativa de ocultar crime anterior e feminicídio. “Estou considerando que o juiz aplique a pena máxima”, disse o promotor.

Para o Ministério Púbico não há dúvidas de que Adão violentou as adolescentes na companhia dos quatro menores que o denunciaram. Os meninos já têm diversas passagens pela polícia de Castelo do Piauí, entre elas, assaltos, arrombamentos de casas, além de serem usuários de drogas. Adão, é fugitivo da justiça de São Paulo, onde cumpria pena por tráfico de drogas, estava há dois meses no Piauí, onde também traficava drogas.

“Eles mandaram uma das meninas amarrar as outras, uma coisa terrível. Um dizia ‘meu patrão gosta de loirinha’. Eles fizeram isso para humilhar, com desprezo. E no fim crivaram as meninas de pedras”, disse Cavalcante. Para se certificar de que as garotas não sobreviveriam à barbárie, dois menores apedrejaram as meninas depois de tê-las jogado de uma altura de 8 metros. Adão nega participação no crime e disse que não estava na cidade do dia do ocorrido, mas uma testemunha afirmou que viu o acusado pedindo velas na região onde o crime aconteceu.

 O processo vai ser protocolado na Vara Única do Fórum de Castelo do Piauí, cujo juiz responsável é Leonardo Brasileiro. O traficante está preso preventivamente na Casa de Detenção de Altos (PI).

O processo contra os quatro menores tramita paralelamente. Todos estão apreendidos preventivamente Centro de Internação Provisória (CEIP). Se condenados, podem cumprir até três anos de medidas socioeducativas no Centro Educacional Masculino(CEM). A justiça e o Ministério Público devem ouvir novamente o depoimento dos acusados no próximo dia 24. Duas das vítimas, que já receberam alta médica, também serão convocadas a depor.