Aécio Neves diz que PSDB acompanha com preocupação agravamento do quadro político
de O Globo
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirmou neste sábado que
acompanha com “preocupação” o agravamento do quadro político no país.
Desde sexta-feira, com o anúncio do rompimento do presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha, com o governo Dilma Rousseff, a oposição
manteve cautela.
— O PSDB acompanha com preocupação o agravamento do quadro político
no país. Continuaremos atentos ao nosso papel de defender as nossas
instituições para qu elas cumpram suas funções constitucionais. Todas as
denúncias têm que ser investigadas, respeitado o amplo direito de
defesa — afirmou o tucano.
Ontem, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE) afirmou que Cunha já tem
uma postura de independente e crítica ao governo e acredita que, mesmo
como opositor, continuará guardando a dimensão das prerrogativas do
cargo. O líder do DEM, no entanto, demonstrou preocupação com o fato.
— A gente sai de uma crise política para virar agora uma crise
institucional. É muito ruim, até porque o contorno dessa crise envolve
uma crise econômica, a mais grave dos últimos 20 anos, e uma crise moral
e ética, que tem como foco principal o Petrolão. É algo bastante
preocupante, temos que agir com responsabilidade, temos que ter a
apuração dos fatos e o direito de defesa preservados — disse Mendonça
Filho.
Presidente
nacional do Solidariedade, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP),
divulgou nota, ontem, em apoio a Cunha e disse que o governo "apaga fogo
com gasolina" ao irritar Cunha. Paulinho, aliado de primeira hora do
presidente da Câmara, diz ainda que agora na oposição ajudará a derrubar
a presidente Dilma Rousseff do cargo.
— Eu falei com ele cedo, estava muito irritado com as manobras e me
disse que romperia com o governo. Achei bom, porque o meu negócio é
derrubar a Dilma. Estamos lidando com um governo incompetente, que em
vez de atrair o Cunha, jogou para o nosso lado uma das figuras mais
importantes da República, apagou fogo com gasolina. Agora para nós, da
oposição, cabe resgatar aliança antiga do PMDB com o PSDB. Se
conseguirmos, será o primeiro passo para derrubar a Dilma — disse
Paulinho.