"Espero o consenso na eleição antecipada", diz Humberto Coutinho
Depois de participar diretamente das
montagens dos blocos parlamentares da Assembleia Legislativa do
Maranhão, o presidente Humberto Coutinho (PDT) garante que o parlamento
vive um ano de maior harmonia do que em 2015, quando grande parte dos
deputados – principalmente os novatos – precisava conhecer o
funcionamento da Casa e se adaptar às regras do jogo político.
Foi um ano atípico, quando vários
deputados saíram apressados na tentativa de marcar presença, mas nem
tanto ainda capacitados para definir espaços políticos. Humberto, eleito
naquele ano, com apenas os votos simbólicos contra de Andrea Murad
(PMDB) e seu cunhado Sousa Neto (ainda no PTN), acompanhou tudo sem
interferir na postura de cada qual e ganhou o respeito dos 42
parlamentares.
Hoje, o assunto da pauta é o projeto
Ricardo Rios (PEN), que muda o Regimento Interno da Alema e permite a
antecipação da eleição da mesa diretora, que deveria ocorrer em
fevereiro de 2017. “No momento o projeto está tramitando sem pressa,
porque estávamos cuidando a formação dos blocos parlamentares e a
composição da base do governo. Mas no momento oportuno ele será votado”,
disse Humberto Coutinho, em conversa com O Imparcial. Esse momento deve
ser em março.
Remexida
Logo que voltaram do recesso, os
deputados fizeram uma remexida nos blocos que construíram em 2015, mas
nada mudou na relação com o governo, que permaneceu com os mesmos 33
apoiadores e a oposição com oito. Os governistas estão no Bloco Unidos
Pelo Maranhão (Blocão), com 24; e no Bloco Democrático, ou Bloquinho, do
Josimar do Maranhãozinho, com nove. E sobrou ainda para o PMDB ficar
isolado, com quatro deputados. Liderado pela deputado Andrea Murad; e o
PV, com quatro, liderado por Hemetério Weba.
Alguns deputados não aderiram a nenhum
bloco, porque estão esperando a hora do troca-troca. Pelo menos de seis
a oito deputados deverão buscar outra legenda, numa rearrumação de
forças, já se preparando para as eleições de 2018. No mais, nada muda a
divisão de forças entre governistas e oposicionistas. A base de Flávio
Dino deve contar ainda com dois deputados, fora os de oposição que vez
por outra votam em bloco, como aconteceu em 2015, quando aprovaram, por
unanimidade, o aumento do ICMS.
Esperando consenso
Humberto Coutinho não demonstra
nenhuma pressa em acelerar o projeto da antecipação da eleição, na qual
ele será reconduzido com o vice, Othelino Neto (PCdoB). Os demais sete
cargos da mesa vão ser sofrer alteração, mas até o momento não há
definição. “Só vou colocar a eleição antecipada em pauta quando tiver a
certeza de que haverá consenso. Não quero bater chapa com ninguém”,
explicou Humberto.
O presidente reconhece que hoje a
Alema alcançou um nível maior de maturidade entre seus deputados. A
oposição vai fazer o seu papel, os governistas, fazão o deles. Mesmo
sendo o primeiro ano dos deputados e o primeiro do governador Flávio
Dino, também com uma equipe de secretários novatos em governo estadual, a
Assembleia aprovou tudo que o Executivo mandou.
“E não foi com muita dificuldade”,
constatou Humberto, lembrando que o próprio governador, ao comparecer à
sessão de reabertura dos trabalhos do Legislativo, agradeceu a todos,
esse apoio.
Coutinho destacou que, apesar a crise
no país, onde os governadores de vários estados, como o Rio Grande do
Sul, por exemplo, têm tido imensas dificuldades com o Legislativo, no
Maranhão a situação é bem diferente. “Há o reconhecimento da crise, da
queda na arrecadação e no esforço de Flávio Dino para ajustar as contas,
continuar investindo e pagando seus compromissos, como a dívida, que é
absurdamente sacrificante”.
Para ele, outro ponto positivo tem
sido a relação institucional do legislativo com o Executivo. Flávio Dino
autorizou o secretário da Casa Civil, Marcelo Tavares, que já foi
presidente da Alema, fazer a interlocução entre os dois poderes.
“Marcelo conhece a Casa, não impõe nada do governo aos deputados, sabe
se relacionar, fazer diplomacia, é um homem de caráter, é bom de
dialogar e não mente”, elogiou Humberto Coutinho.
fonte: O Imparcial