Brasil tem mais de 100 milhões de pessoas sem saneamento básico, segundo Conic
Agencia Brasil
“O acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição
necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da
pobreza e da fome, para a superação dosaltos índices de mortalidade
infantil e de doenças evitáveis e para a sustentabilidade ambiental”.
Com essa mensagem, o papa Francisco convida as pessoas a se mobilizarem,
a partir de suas comunidades, para promoção da Justiça e do direito ao
saneamento básico, na Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016.
Lançada
hoje (10) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a campanha vai alertar
sobre o direito de todas as pessoas ao saneamento básico e debater
políticas públicas e ações que garantam a integridade e o futuro do meio
ambiente. Com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a Justiça qual riacho
que não seca”, a campanha também vai tratar do desenvolvimento, da saúde
integral e da qualidade de vida aos cidadãos.
O presidente do
Conic, dom Flávio Irala, disse que tratar do tema é fundamental porque
ele nem sempre tem visibilidade nas propostas públicas e nos movimentos
sociais. “Nos preocupamos com o fato de que mais da metade da população
permaneçam sem acesso à rede de coleta de esgoto e que apenas 40% dos
esgotos sejam tratados. Nenhuma pessoa deve ser privada do acesso aos
benefícios do saneamento básico em função da sua condição
socioeconômica. O acesso ao saneamento promove a inclusão social e a
garantia dos principais instrumentos de proteção da qualidade dos
recursos hídricos e dos inibidores de doenças, como cólera, febre
amarela, chikungunya, dengue, diarreia, bem como para evitar a proliferação do vírus Zika”, disse.
Dados
divulgados pelo Conic mostram que, mesmo estando entre as maiores
economias do mundo, o Brasil tem mais de 100 milhões de pessoas sem
saneamento básico.
O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, também
esteve na CNBB e disse que o governo federal fará sua parte para dar
todo apoio nessa campanha. “É fundamental que possamos continuar
investindo cada vez mais, para que tenhamos condições de combater
epidemias, que possamos levar qualidade de vida e dignidade às pessoas”,
afirmou.
Realizada no Brasil desde 1963, esta é a quarta vez que a
Campanha da Fraternidade é lançada pela CNBB junto com o Conic - as
outras ocorreram em 2000, 2005 e 2010. Este ano, a campanha ecumênica
conta também com o apoio da Misereor, entidade da Igreja Católica na
Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento de países da
Ásia, da África e da América Latina.
Dentro da programação da campanha, no próximo dia 15 haverá uma audiência pública no Congresso Nacional sobre o tema.