terça-feira, 22 de março de 2016

Flavio Dino repreende Sergio Moro:"não use a toga para fazer politica"


O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou hoje (22) o que considera atuação política de membros do Judiciário brasileiro e arbitrariedades na condução da Operação Lava Jato.

O chefe do Executivo estadual participou, no Palácio do Planalto, de encontro promovido pelo governo Dilma Rousseff (PT) com juristas de todo o país “pela legalidade e em defesa da democracia”. A presidente também participou do evento.

Numa clara menção ao juiz Sério Moro, que encaminhou uma carta à Globo News no dia dos protestos pelo “Fora Dilma”, em 13 de março, o governador do Maranhão disse que, se quer atuar politicamente, um juiz deve abandonar a toga.

“Judiciário não pode mandar carta para passeata. E se o juiz, o procurador quiser fazer passeata: há um caminho. Basta pedir demissão do cargo. Aliás, quero dizer que adoro fazer passeata. Mas não use a toga para fazer política porque isso destrói o Poder Judiciário”, afirmou em referência à divulgação de interceptações telefônicas envolvendo a presidenta Dilma, sem a autorização do Supremo Tribunal Federal.

Dino comparou a atuação de juízes à participação das Forças Armadas no golpe de 1964, que pôs o Brasil sob o regime militar até 1985. “Impeachment que muitas querem transformar nos tempos da ditadura: primeiro se culpa, depois se prova”, disse antes de complementar. “Ontem as Forças Armadas, hoje a toga supostamente democrática e imparcial” .

O governador lembrou que a estratégia utilizada hoje contra a presidenta Dilma é a mesma que “1% da população que usa há várias décadas essa estratégia para proteger seus interesses”. “A maior corrupção que pode existir em uma sociedade é a desigualdade, é a injustiça social. E aqueles que pretendem situar a corrupção nos estados, eles querem proteger seus privilégios de casta”, criticou.