Deputados estaduais fazem criticas na tribuna à conduta do juiz federal Sergio Moro
Agencia Assembleia
Os deputados Othelino Neto (PCdoB), Zé Inácio (PT), Rafael Leitoa
(PDT), Raimundo Cutrim (PCdoB) e Francisco Primo (PT) criticaram, na
sessão desta quinta-feira (17), o juiz Sérgio Moro, responsável pela
Operação Lava Jato na primeira instância, por ter retirado o sigilo de
gravações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Othelino Neto, vice-presidente da Assembleia Legislativa, criticou o
juiz Sergio Moro por ter determinado a condução coercitiva do
ex-presidente Lula, e disse que o juiz chegou ao limite de expor
nacionalmente uma fala do ex-presidente Lula com a presidente da
República, Dilma Rousseff.
“Isto não fere a Presidente, isto não fere o PT, isto fere a
instituição da Presidência da República, que é preciso ser preservada, é
preciso ser respeitada. E o que o juiz fez ontem, já não sendo mais o
caso de competência dele, foi uma agressão que mais pareceu uma ação
política, do que uma ação de um magistrado”, assinalou Othelino.
O deputado Raimundo Cutrim criticou o juiz Sérgio Moro, afirmando que
o magistrado criou um problema de instabilidade muito grande para o
País. “O juiz Moro está fazendo um excelente trabalho de investigação,
juntamente com o Ministério Público e a Polícia Federal e estamos todos
acompanhando e torcendo para que se esclareçam todos esses fatos. Agora o
que foi feito agora foi gravíssimo, divulgar a fala da Presidente
Dilma, e aqui estamos falando da Presidente, da representante do país e
ele está criando uma instabilidade política muito grande para o Brasil”,
declarou Raimundo Cutrim.
A deputada Francisca Primo concordou com as declarações do deputado
Raimundo Cutrim e frisou que foi “um absurdo a divulgação da fala da
Presidente com o ex-presidente Lula. Eu acho que nós estamos muito
vulneráveis nesse momento. E eu acho que tem que ser tomada alguma
providência”.
No mesmo tom, o deputado Rafael Leitoa afirmou que o juiz Sérgio Moro
extrapolou todos os limites legais e constitucionais, ao divulgar o
teor da gravação telefônica do ex-presidente Lula e da presidente Dilma.
“Não podemos assistir à destituição da Constituição Federal que custou o
sangue de muitos brasileiros. Vamos respeitar as Instituições
Democráticas de Direito, vamos respeitar o Estado Democrático de
Direito. Nós não podemos permitir que atitudes como essas insuflem ainda
mais as massas nas ruas, que muitas vezes são feitas de massas de
manobras”, enfatizou Rafael Leitoa.
O deputado Zé Inácio, por sua vez, disse que a crise política
nacional chegou a um limite. “Chegou a um limite não só de aceitação do
absurdo cometido por ato de um juiz que tem que cumprir a Lei, mas
porque estamos à beira de sepultar a nossa Constituição Federal, o
Estado Democrático de Direito, o reconhecimento às nossas instituições,
porque agora entramos no vale tudo. E o vale tudo prevalece quando há um
total desrespeito às Leis”.
Em seu discurso, Zé Inácio frisou que, não só como deputado, não só
como advogado, mas também como cidadão, sente-se no dever de clamar para
que a Ordem dos Advogados do Brasil tome uma providência em defesa do
Estado Democrático de Direito. “Que a Ordem dos Advogados Seccional do
Maranhão também venha a público se manifestar em defesa da legalidade,
em defesa do Estado Democrático de Direito, porque somos todos nós
cidadãos que, com esse ato arbitrário do juiz Sérgio Moro, estamos com
as nossas garantias constitucionais em xeque”, assinalou Zé Inácio.