Deixar as pessoas pensarem que as águas do riacho do Ponte estão próprias para o banho é um erro pode custar caro à saúde de muita gente
por Ricardo Marques
(foto Facebook) |
Fazer estardalhaço por conta de uma simples limpeza na Piscina do Ponte foi um erro da prefeitura que pode custar caro à saúde de muita gente. Crianças passaram a banhar naquele local, crentes que a água foi tratada e ficou própria para o banho. É bem verdade que a prefeitura em momento algum disse que tratou os esgotos diuturnamente despejados no riacho. O problema é que, ao fazer estardalhaço midiático numa ação simples de limpeza - como se fosse algo inédito - levou muita gente a imaginar que houve a recuperação plena da qualidade da água corrente daquele riacho. Desde então, é comum a presença de crianças banhando naquelas águas - uma exposição desnecessária e perigosa que pode levar a doenças ou quiçá à morte.
Pior que, mesmo sabendo que o tal ato promovido em torno da piscina confundiu as pessoas acerca da real condição de salubridade do riacho do ponte - sobretudo aquelas de menor discernimento - a prefeitura não se deu ao trabalho de informar à população que aquelas águas continuam impróprias para o banho. Os níveis de coliformes fecais naquele riacho não devem ser subestimados. A quantidade de esgotos residenciais que descarregam mijo e fezes no leito é algo absurdo.
Agora, a prefeitura faz o mesmo no Balneário Veneza. Coloca placas avisando que o lago – que diferente da Piscina do Ponte, é próprio para o banho - passará por “limpeza e manutenção”. Nada contra limpar e manter um lago que é importante para o turismo da cidade. Muito pelo contrário. O que não pega bem é querer fazer disso um ato inédito, o que não é verdade. Assim como a limpeza da Piscina do Ponte também não foi coisa inventada pelo governo Fábio Gentil, o lago da Veneza sempre teve serviços de limpeza. Não há novidade alguma, a diferença é que agora, talvez por não ter o que mostrar, o governo tenta fazer passar a ideia de inovação. É mais conversa fiada, só isso.