terça-feira, 21 de novembro de 2017

Gafe do novo diretor da Policia Federal indicado por Sarney e Temer assusta investigadores e imprensa 


O novo diretor geral da Polícia Federal chegou ao cargo por indicação do ex-presidente José Sarney ao seu companheiro de partido, Michel Temer. Logo que tomou posse, Fernando Segóvia já deixou sua marca: atacou as investigações contra o presidente Temer. Juntos, os dois episódios acenderam o alarme na imprensa e em integrantes do Ministério Público. O temor é de que a PF volte a ser usada politicamente, a fim de barrar investigações – incluindo a Lava Jato.
“Segovia, apadrinhado por políticos, não pela cúpula da corporação, já foi superintendente no Maranhão dos Sarney”, escreve no Estadão a colunista Eliane Cantanhêde, uma das mais influentes do País. A jornalista aponta risco de influência de Sarney na atuação da PF: “É bom acompanhar a escolha dos superintendentes, em especial do próprio Maranhão, onde os Sarney têm lá suas encrencas”.
Bernardo Mello Franco, colunista da Folha, também ressalta a ameaça que a sombra sarneyzista traz. “Fernando Segovia foi ungido por uma coalizão de políticos delatados, como Eliseu Padilha e José Sarney”, afirma.
“No discurso de posse, prometeu ‘combate incansável à corrupção’. Minutos depois, disse o que os padrinhos desejavam ouvir’, acrescenta o jornalista, que ocupa um dos espaços na mais respeitada página de opinião dos jornais brasileiros, na Folha.
Diego Escostesguy, editor-chefe da Época, é outro a alertar para a ameaça: “Preocupantes e factualmente equivocadas as declarações do novo diretor da PF, Fernando Segóvia, indicado por Sarney, criticando a PGR e, indiretamente, a própria PF no caso Temer/JBS. Revelam desconhecimento técnico sobre os inquéritos e sugerem subserviência política ao Planalto”.
Investigações em risco
Além do risco de Segovia influenciar investigações a favor de Temer e Sarney, há também o temor de paralisação geral de outros importantes casos. “Esse novo diretor geral da Polícia Federal é de uma inabilidade ímpar!”, escreveu o procurador da República Vladimir Aras.
Ele ainda ironizou o novo chefe da PF ao perguntar “quais serão as novas frases célebres do Dr. Segóvia? Uma mochila com 50 kg de cocaína não prova narcotráfico? O cadáver de uma pessoa assassinada não prova homicídio”?
Integrante da Lava Jato, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima foi direto e sucinto sobre Segovia: “Sua opinião pessoal é totalmente desnecessária e sem relevância, ainda mais quando dada em plena coletiva após a posse que lhe foi dada pelo próprio denunciado.”
Fonte: Blog do Jorge Vieira