quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Condenação de Lula no TRF-4 abre espaço para Flávio Dino liderar esquerda 

Desembargadores ainda aumentaram pena de prisão do ex-presidente. Apesar do desgaste gerado, governador manteve-se como um dos principais defensores do petista do campo jurídico e politico 


Apesar de toda a desgastante campanha feita nas redes sociais contra a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), é um maiores beneficiados com a decisão dos desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, que confirmaram a condenação do ex-presidente da República e ainda aumentaram a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado.
Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso triplex, relacionado à Lava Jato. Como a decisão foi unânime, segundo defende o próprio coautor da Lei da Ficha Limpa, Márlon Reis, o ex-presidente já está inelegível. Ele pode, inclusive, ter a prisão decretada daqui a dois meses.
É aí que entra Flávio Dino. Se já não está dentro.
Aproveitando-se do conhecimento e respeito jurídico adquirido durante sua passagem como juiz federal, Dino percebeu o presságio de vácuo na esquerda brasileira e ocupou esse espaço — tal qual fez no Maranhão, em relação a Jackson Lago —, desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), quando nem Lula saiu em defesa pública à petista como fez o governador maranhense.
O mesmo ímpeto, não mais se resumindo apenas no campo jurídico, mas também no político, foi intensificado por Dino quando Lula estava prestes a ser julgado e condenado pelo juiz federal Sérgio Moro. E novamente nos últimos, mais fortes ainda, em direção ao Tribunal da Lava Jato em Porto Alegre.
Por estratégia de marketing ou crença jurídica, as dezenas de centenas de declarações de Flávio Dino sobre os dois casos, mas duras em relação ao do ex-presidente, deram musculatura nacional e até internacional para o comunista, que agora pode alcançar a proeza de repetir para o Palácio do Planalto o que fez em São Luís em 2012, quando impôs-se, quase que numa lavagem cerebral, como liderança local, e escolheu quem deveria ser o candidato a prefeito da capital.
Isso se, desta vez, como a vaga é para a Presidência da República, Dino não decidir ungir-se a si próprio.
A estratégia de deixar de ser um nada político e já saltar para liderança de lideranças já está em curso há muito. Seja constantemente encabeçando grupos de governadores do Nordeste em prol de propostas defendidas pela própria esquerda, seja até chefiando coletivo de governadores para pressionar Michel Temer. Até o título de principal desafeto político do emedebista, inclusive, coisa que nem raposas como Wellington Dias e Jaques Wagner conseguiram até hoje, o governador do Maranhão conseguiu plantar.
Agora é começar a colher.
fonte: Atual 7