terça-feira, 23 de outubro de 2018

Marina Silva declara "voto critico" em Haddad 


Uol – Após duas semanas do fim do primeiro turno, a candidata derrotada da Rede à Presidência da República, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, declarou nesta segunda-feira (22) “voto crítico” no presidenciável do PT, Fernando Haddad.
O adversário do petista na disputa é Jair Bolsonaro (PSL). O posicionamento da presidenciável ocorre a seis dias do segundo turno das eleições, marcado para domingo (28).
“Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, ‘destroem sempre que surgem’, ‘banalizando o mal’, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, ‘pelo menos’ e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad”, declarou Marina em nota oficial.
No dia 11 de outubro, o partido de Marina Silva declarou neutralidade na disputa de segundo turno, mas recomendou que seus militantes não votassem em Bolsonaro.
“Frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, a Rede Sustentabilidade recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país”, disse a legenda no comunicado de 11 dias atrás.
Na nota divulgada nesta segunda-feira, Marina Silva relembrou a recomendação da Rede pelo “perigo que sua campanha anuncia contra a democracia, o meio-ambiente, os direitos civis e o respeito à diversidade existente em nossa sociedade”.
Ao longo do texto, a ex-ministra faz diversos ataques a posicionamentos de Bolsonaro. “Primeiro, promete desmontar a estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas, fazendo uso de argumentos grotescos, tecnicamente insustentáveis e desinformados”, começa a listar, para depois continuar.
“Segundo, é um projeto que minimiza a importância de direitos e da diversidade existente na sociedade, promovendo a incitação sistemática ao ódio, à violência, à discriminação. Por fim, em terceiro lugar, é um projeto que mostra pouco apreço às regras democráticas, acumula manifestações irresponsáveis e levianas a respeito das instituições públicas e põe em cheque as conquistas históricas desde a Constituinte de 1988.”