Na próxima quarta-feira, 31/07, encerram-se os contratos de trabalho dos professores da rede municipal. Nessa data, Caxias entrará para a história como a primeira cidade do Brasil onde o professor é contratado para trabalhar por apenas três meses por semestre, quando, a rigor, deveria ser por seis meses, como acontece na rede estadual e em todos os municípios da federação. Para piorar o descaso, até o momento não houve nenhum posicionamento da SEMECT a respeito da recontratação desses profissionais para o segundo semestre do ano letivo, marcado “oficialmente” para ser iniciado no dia 02/08. Considerando-se que a maioria, dos educadores municipais está inserida nessa condição, fica a pergunta: quando as escolas municipais de nossa cidade finalmente irão funcionar normalmente?
O questionamento é válido, quando se observa, por exemplo, a acelerada degradação da carreira do magistério público local. Problema esse que já foi analisado por esse articulista recentemente, só que especificamente em relação aos professores efetivos. Já no que se refere aos professores temporários, a situação é mais complicada ainda, pois além de receber menos que os outros, agora eles são as principais vítimas, além do alunado, da bagunça que tomou conta da rede de ensino no governo Gentil. Prova disso, é o fato de que em plena metade do ano letivo várias escolas ainda encontram-se sem professores em diversas disciplinas. E como o que já é ruim pode ficar ainda pior, para tentar tapar parte desse buraco, alguns desses docentes estão sendo convocados clandestinamente para assumirem uma jornada de trabalho muito superior a que é determinada pela Lei n° 11.738 (Lei do piso nacional da educação), já que nesse caso o período de 1/3 da jornada que é reservado obrigatoriamente para atividades extraclasse está sendo escandalosamente eliminado. Assim, esses profissionais são sobrecarregados com mais turmas e não recebem nenhum centavo a mais por isso. E ainda tem os já conhecidos descontos salariais sem justificativa. Tudo isso resultado da ação de um governo que prometia “deixar os professores de bem com a vida”, mas que na verdade está fazendo história como um dos piores do Brasil ao transformar a rotina dos docentes num verdadeiro inferno.