segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Com Lula solto, sonho de Flavio Dino disputar a Presidência é reduzido a zero

Comunista vinha se firmando como principal de Jair Bolsonaro, mas terá agora de concorrer ao Senado em 2022 se ainda quiser se manter na vida publica 


Com a soltura do ex-presidente Lula (PT), o governador Flávio Dino (PCdoB) passa a ter reduzida a zero a possibilidade de realizar o sonho de disputar a Presidência da Republica em 2022 como candidato dos partidos de esquerda ou até mesmo da centro-esquerda.

Enquanto o líder petista permanecia preso pela Lava Jato na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, em Curitiba, Dino vinha se articulando e se firmando como principal opositor do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O próprio Lula, inclusive, então na cadeia, chegou a citar o comunista como um dos possíveis presidenciáveis no próximo pleito.
Agora livre após a Justiça Federal emitir alvará de soltura em razão da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de eliminar a possibilidade de prisão antes do esgotamento de todos os recursos, o ex-presidente prepara a retomada imediata da agenda partidária em que ele próprio possa ser o nome da frente ampla.
Para isso, como foi condenado por três instâncias no caso do tríplex de Guarujá (SP) —a Justiça Federal, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e o STJ (Superior Tribunal de Justiça), o que o enquadra na Lei da Ficha Limpa, podendo disputar eleição somente em 2035—, conta com sequência de eventos que terão de ocorrer, incluindo a possível anulação de sentenças e a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, cenário que se tornou favorável após a divulgação de mensagens de Telegram trocadas entre procuradores da Lava Jato e Moro.
Ainda que a situação atual de Lula com a Justiça se mantenha, e o petista permaneça inelegível, o ex-presidente tem o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, além de outras lideranças do PT, e não Flávio Dino, como opções principais de indicação para a disputa do Palácio do Planalto contra Bolsonaro.
Haddad, inclusive, deve acompanhar Lula nas caravanas que o ex-presidente fará pelo Nordeste, região em que o PT tem mais força. Dino, porém, salvo em caso de renúncia do cargo para ter mais liberdade para participar ativamente das incursões, deve ter até o espaço midiático diminuído.
Diante dessa realidade, e conhecedor de que perderá o protagonismo nacional que vinha conquistando, o governador Flávio Dino terá de repensar a candidatura ao Senado Federal em 2022, caso ainda queira se manter na vida pública.
Neste caso, como haverá a abertura de apenas uma vaga o Maranhão no pleito, Dino poderá ter como principais opositores o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), se este buscar a reeleição, e o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), que vem trabalhando na distribuição de emendas e na eleição de correligionários para prefeituras maranhenses agora em 2020.
O presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), atualmente postulante ao Senado, para não se chocar com Flávio Dino, teria então de tentar a reeleição para a Casa ou disputar o Palácio dos Leões. A mesma opção também pode ser adotada por Rocha e Maranhãozinho, acabando de vez com a polarização que já vinha sendo desenhada entre o vice-governador Carlos Brandão (PRB), sucessor natural de Dino, e o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
Atual 7