Morte de indígena no Maranhão repercute e MPF vai acompanhar investigações
Além da morte de Paulo Paulino Guajajara, a emboscada causou a morte do madeireiro Marcio Moreira Pereira |
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) vai acompanhar a investigação sobre a morte do indígena Paulo Paulino Guajajara, também conhecido como o “Lobo Mau”, que foi assassinado na última sexta-feira (1º) na Terra Indígena Araribóia, na região de Bom Jesus das Selvas, entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo, no Maranhão.
O MPF está aguardando o resultado das investigações da Polícia Federal (PF) para tomar as medidas judiciais cabíveis. Além da morte de Paulo Paulino Guajajara, a emboscada ainda causou a morte do madeireiro Márcio Greykue Moreira Pereira. Durante a ação, o indígena Laércio Guajajara foi baleado no braço e na nuca, mas resistiu aos ferimentos.
Em setembro, governo do Maranhão pediu à Funai e ao Ministério da Justiça proteção na Terra Índigena Governador, localizada a 93 km de onde está o indígena Paulo Guajajara foi morto. O oficio pedia em caráter de urgência a adoção de medidas de proteção dos povos indígenas.
A situação na Terra Indígena Araribóia já havia sido denunciada pelo grupo indígena que acusava os madeireiros de ameaça. Segundo os indígenas, as ameaças aumentaram após a apreensão de veículos utilizados na extração ilegal de madeira nas terras indígenas.
A Terra Indígena Araribóia é composta por etnias indígenas Ka’apor, Guajajaras e Awá-Guajás. As três tribos fazem parte de um grupo chamado “Guardiões da Floresta” que é formado com o intuito de proteger a natureza. Eles evitam invasões de madeireiros, incêndio e durante uma ronda na terra indígena, eles encontraram acampamentos de madeireiros e veículos usados para transportar a madeira.
Por meio de uma rede social, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que a “competência para apurar crimes contra direitos indígenas, em face de suas terras, é federal”. Disse ainda que “desde ontem a Polícia do Maranhão está colaborando com investigações sobre crimes na TI Arariboia”.
Já o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse por meio de uma rede social, que a Polícia Federal o assassinato e falou que a situação é um grave crime à Justiça.