domingo, 19 de maio de 2019

Administrando a meia obra 

Por:Cesar Sabá (Opinião & Politica) 


Ponte na rua do Matadouro que dá acesso ao Residencial Sabiá. Obra para ser executada em 05 dias está  abandonada há mais de 45 dias pela Secretaria de Infraestrutura
Em qualquer cidade que se chega, para se conhecer como anda a administração municipal, você, até mesmo de forma mecânica, mira nas tarefas do dia a dia do município, ou seja, limpeza de ruas e logradouros, iluminação pública, serviço de saúde, além de outros. No decorrer da semana, nas redes sociais, o povo de Caxias, de todas as formas, e em todos os bairros demonstrou sua insatisfação com praticamente todas as obrigações do município.

Logo na segunda-feira, circulou nas redes sociais um vídeo mostrando os funcionários do SAMU empurrando uma ambulância, que, por falta de manutenção, só estava pegando no tranco. É bom lembrar que existem várias paradas em oficinas há muito tempo, e que por falta de interesse do município não saem de lá para cumprir seu papel, que é salvar vidas. Logo após as chuvas no meio da semana, ficou evidenciada a péssima qualidade do serviço feito recentemente no teto do Mercado Central pela prefeitura. Com a queda d’água, várias “cachoeiras” se formaram em diversos pontos do local, demonstrando que o serviço foi da pior qualidade. Ontem, na boca do caixa do Banco do Brasil, centenas de funcionários públicos ficaram revoltados por terem recebido valores bem abaixo do esperado. Sem qualquer explicação, o município abocanhou valorosas cifras do já combalido salário do servidor público municipal. Mas o que mais chamou a atenção nas redes sociais foram as dezenas de pequenas obras, serviços e reparos que foram esquecidas pela atual administração. A reclamação que mais pesou foi com relação ao estado de abandono de algumas pequenas obras iniciadas há algum tempo. Na Cohab, por exemplo, a secretaria de infraestrutura, em março, iniciou uma operação tapa buracos. Acontece que está durou apenas duas horas, tapando apenas dois buracos que ficavam na avenida que passa em frente à Igreja de Nossa Senhora das Graças, enquanto que as avenidas laterais permanecem tomadas por crateras, e ninguém da secretaria apareceu pra dar sequência ao serviço. Situação semelhante acontece na Rua do Matadouro. Lá, uma ponte construída pela prefeitura no ano passado sofreu afundamento nas duas cabeceiras. Depois de muito tempo, a prefeitura iniciou a recuperação da mesma. Um serviço que foi iniciado em março e que seria relativamente rápido, também foi abandonado pela Sinfra. Hoje, a situação da ponte preocupa, pois a mesma pode ruir a qualquer momento.

Diante do exposto, fica clara a falta de zelo da atual gestão em relação à cidade e seus problemas cotidianos. Tá na hora de assumirmos nossa mea culpa e pensar que no futuro Caxias poderá ser gerida por alguém que saiba administrar de verdade. Enquanto isso ficamos assistindo o atual prefeito administrar o município a meia obra.
No mato sem cachorro 


Por:José Sarney 

Nos ditados populares, nosso povo cunhou uma expressão para o momento em que estamos numa situação difícil: no “mato sem cachorro”. Quando vejo as dificuldades que estão sendo atravessadas pelo Presidente Bolsonaro, acho que o Brasil está assim.
Estamos enfrentando duas crises: uma, interna, da falta de recursos, recessão, no trincar da estrutura dos três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário; a outra, de natureza mais grave, porque estrutural, de mudança da humanidade, que está passando da sociedade industrial para a sociedade digital e das comunicações. Surgem novos conceitos sobre valores secularmente sedimentados e novas palavras para defini-los. A mentira é pós-verdade, fake news; novas definições surgem: modernidade, sociedade líquida (as mudanças são de velocidades imperceptíveis), a morte da verdade e da democracia representativa, a interlocução, na sociedade democrática, das redes sociais, enfim, um mundo transformado e não em transformação.
Essa é a maior tragédia.
Sem emprego não tem contribuição previdenciária, não tem consumo, não tem trabalho e, pior, não tem desenvolvimento e caímos na recessão. Esperávamos que com o novo governo as expectativas melhorassem, os investimentos chegassem, o Brasil crescesse.
Os otimistas calcularam um modesto crescimento de 3% neste ano. Os economistas o abaixaram, pouco a pouco, e já está em 1,3%. Nosso Maranhão, também atingido pela crise nacional, ano passado já cresceu como rabo de cavalo, para baixo, menos -5,6% (o último ano de crescimento, 2014, foi mais 3,9%). Atualmente o nosso desemprego está mais alto, e apenas pessoas em desalento — que desistiram de procurar trabalho — já são 560 mil, segundo o IBGE.