Na linha de frente contra o coronavírus, Flavio Dino critica passeio de jet ski de Bolsonaro
Jair Bolsonaro no jet ski e Flávio Dino no batente: sem tempo para diversão |
O passeio de jet ski do presidente Jair Bolsonaro, ontem, no Lago Paranoá, que escandalizou muitos brasileiros, não passou desapercebido da alça de mira verbal do governador Flávio Dino. Logo em seguida, após visitar as instalações de um ambulatório implantado para desafogar as UPAs de São Luís, o governador disparou: “Neste sábado fizemos os ajustes finais no novo ambulatório para coronavírus que vai funcionar a partir de segunda-feira em São Luís, ajudando a desafogar as UPAs e dando atenção maior aos casos com comorbidades. Aqui a gente não tem tempo para passeio de jet ski”.
O que parece ser uma mera provocação, o petardo crítico do governador do Maranhão certamente traduziu a perplexidade e a indignação de milhões de brasileiros que assistiram ao laser presidencial, quando governadores, prefeitos e até mesmo ministro responsáveis estavam na frente de combate à pandemia, indiferentes ao fato de ser sábado. E mais, o presidente foi se divertir no Lago Paranoá depois de ter de cancelar “um churrasco com pelada”, para “uns trinta convidados”, diante da avalanche de críticas, e que, sem a menor cerimônia, disse depois que era “fake”. Não era.
O governador alfinetou o presidente com a autoridade do governante que, tendo feito a opção por salvar vidas, encarou a guerra desde os primeiros momentos e se tornou uma referência em todo o País. E embalado pelo argumento irrefutável, que nem foi preciso usar, de que enquanto o presidente se divertia pilotando um jet ski, o Brasil registrava a assombrosa marca dos 10.627 mortos, sendo 730 nas últimas 24 horas. Situação que motivou as cúpulas do Legislativo e do Judiciário a decretar luto pelas mortes.
Repórter Tempo