sexta-feira, 19 de junho de 2020

Missa marca um ano da morte do ex-deputado João Afonso Barata 


Uma missa pela internet marca um ano da morte do ex-deputado estadual João Afonso Barata nesta sexta-feira (19). A celebração, com Padre Ribamar, ocorrerá às 17h e será transmitida pela TV Guanaré. 
Barata faleceu no ano passado, aos 91 anos, após complicações de saúde causadas pela idade avançada. 
Caxiense da gema, a história de João Afonso Barata se confunde com a história politica de Caxias e do Maranhão. Foram três mandatos de vereador e dois de deputado estadual. 

Biografia
JOÃO AFONSO BARATA LOPES BASTOS 
(09/03/1928 – 19/06/2019)

Com 91 anos, 3 meses e 10 dias, faleceu nesta quarta-feira, 19 de junho de 2019, o ex-vereador e ex-deputado estadual caxiense João Afonso Barata Lopes Bastos. Nascido em Caxias em 9 de março de 1928, filho de José Bastos Lima e Matilde Lopes Bastos, João Afonso Barata, como era mais conhecido, era casado com Dª Rosilda Aguiar Oliveira Bastos e pai de 12 filhos: Sandra Maria, Rinaldo, Reginaldo, Léo Barata (que também foi vereador e secretário municipal de Cultura de Caxias), Victor Emanuel, Delmar Barata, Solange, Idelfonso, Reinaldo, Barata Neto, Ronaldo e Mazinho (falecido).

Sua histórica política teve uma regularidade e consistência pouco comum; foi uma história de sucessivos mandatos, atestado de sua popularidade, embora as muitas polêmicas que Afonso Barata suscitou e que, em política, são quase obrigatórias, do ofício. Foi eleito vereador em 1966, 1970 e 1974. Como vereador é uma espécie de “deputado municipal”, não pareceu ser difícil a Afonso Barata, com sua popularidade, chegar um degrau acima, o mandato de deputado estadual, que ele alcançou ao final do terceiro mandato de vereador, em 1974, sendo reeleito em 1982. No seu primeiro mandato de deputado estadual (1978-1982), governava o Maranhão o também caxiense João Castelo Ribeiro Gonçalves (falecido), de quem Afonso Barata foi líder na Assembleia Legislativa do Maranhão. 

Como deputado estadual, João Afonso Barata foi autor do anteprojeto da Lei nº 55/1980, de 19/08/1980, para a trasladação dos restos mortais do poeta caxiense Joaquim Vespasiano Ramos de Porto Velho (TO) para Caxias (MA), terra natal do escritor. O projeto foi, por sanção do governador do estado, João Castelo, transformado na Lei nº 4.225, de 18/11/1980.

Conheci razoavelmente o Afonso Barata e seu filho, Léo Barata, que foi vereador e secretário da Cultura e é meu confrade na Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (Asleama). Afonso Barata morava ali na Rua São Benedito, ao lado do Banco do Nordeste e quase em frente à residência da professora Tia Filozinha. Eu morava na rua paralela, a Afonso Pena, e aqui e acolá passava em frente à casa do João Afonso Barata e eventualmente conversávamos. Depois, Afonso Barata foi morar lá no Morro do Alecrim, em uma espaçosa casa, quase um sítio – a Chácara Rosilândia, na Rua Alto da Cruz, no bairro Nova Caxias. Meu tio João Gama alugou a casa da Rua São Benedito, onde morara o ex-político caxiense.

Quando eu tinha entre 14 e 17 anos, fui locutor da Rádio Mearim de Caxias e apresentava três programas (“A Voz do Estudante”, pois eu era presidente do grêmio do Colégio São José), “Musical Mearim” e o suplemento musical que encerrava a programação da nossa rádio AM, às 19h, antes da “Voz do Brasil”. Em algum momento desses anos, o João Afonso Barata foi um polêmico comentarista político, no horário de meio-dia. Era “pancada” pra todo lado e sobrava especialmente para pessoas da Família Castro, em particular o José Ferreira e o Constantino Ferreira de Castro (sobre isto, leia mais abaixo acerca de episódio em que houve muitas balas mas, graças a Deus, nenhum morto ou ferido). A Rádio Mearim, na época, não era mais ali próxima da Igreja Matriz; ficava perto do Café do Profeta, praticamente em frente à praça do Senadinho ou do Banco do Brasil.

Barata foi uma indescartável figura da vida política caxiense. Era uma boa prosa quando conversava com os amigos e conhecidos. Em sua residência no Alto da Cruz, seis anos atrás, conversamos longamente e ele relatou-me sua versão do episódio do tiroteio na Rádio Mearim. Entre sorrisos e dizendo que tudo havia sido perdoado entre as partes, autorizou-me relatar e publicar o que ele disse.

Com o falecimento de João Afonso Barata Lopes Bastos morre também uma significativa parte das lutas e memória políticas de Caxias. Ele também era meu Confrade no Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, onde ocupava a cadeira nº 25, que tem como patrono o médico, professor, ex-deputado federal, empresário Achilles de Almeida Cruz (1905-1987), um dos fundadores da Escola Técnica de Comércio de Caxias, em 1958.

Condolências aos familiares, neste momento de dor, luto e saudade.

Que a alma de João Afonso Barata descanse em paz.

EDMÍLSON SANCHES