quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Primeiro grande expediente do ano reúne debates acalorados no plenário da CMC 

Após as duas primeiras sessões ordinárias do semestre, nas quais foram aprovados dois projetos importantes do Executivo Municipal, o de auxílio emergencial aos músicos e o de reajuste do salário base dos profissionais do magistério da educação básica, a Câmara Municipal de Caxias (CMC) realizou na segunda-feira, 21, o primeiro grande expediente do ano, com a participação dos vereadores Catulé (Republicanos), Daniel Barros (PDT), Durval Júnior (Republicanos) e Ricardo Rodrigues (PT).

À exceção do vereador de oposição, Daniel Barros, todos os demais oradores, da base de apoio à gestão municipal, centraram seus posicionamentos em defesa dos subgrupos a que está hoje divida a maior bancada da casa, já imersa antecipadamente na disputa das eleições deste ano, onde um lado apoia a secretária de Governo Amanda Gentil para uma vaga na Câmara Federal, e o outro se alinha à campanha do pré-candidato Catulé Júnior, secretário de Estado de Turismo, que irá pleitear vaga na assembleia estadual.

A desculpa para o primeiro entrevero do ano teria sido a reprimenda que o presidente Teódulo Aragão (PP) fizera na semana passada ao colega Luís Lacerda (PCdoB), quando da aprovação do projeto de lei que reajustou o piso salarial do magistério da educação básica municipal, em que Lacerda, mesmo votando a favor da matéria, comentou que o reajuste teria que ser maior que o de 35,1% anunciado. Na sua visão, para se equiparar ao que atualmente está sendo pago aos professores em outros municípios da região.

Como o presidente da casa ponderou que o reajuste dos professores caxienses era maior do que o piso da categoria estabelecido pelo governo federal, e pontuou em seguida que a situação dos professores em Caxias era bem diferente de outros municípios nos quais nem um abono tinha sido pago, citando inclusive o caso do vizinho município de São João do Sóter, onde a irmã do vereador comunista é vice-prefeita, Lacerda se sentiu ofendido com a comparação e o impasse foi transposto para sessão desta segunda-feira.

Catulé afirma que apoia o governo, mas não é subserviente

Primeiro a se manifestar, o vereador Catulé, mesmo reconhecendo a dificuldade de uma maior presença de parlamentares em modo presencial por causa da pandemia, e elogiando a presteza dos equipamentos tecnológicos atuais que permitem aos edis participarem à distância e a população também assistir às sessões, reivindicou verbalmente à mesa diretora a utilização da tribuna aos presentes no plenário, sob a justificativa de que a verdadeira essência de um parlamento se consolida exatamente através da locução de seus membros durante o grande expediente das sessões.

Catulé, dizendo das suas experiências anteriores à frente da mesa diretora, iniciou frisando que o comando de um parlamento, acima de tudo, deve trabalhar para amenizar os confrontos e valorizar o espaço democrático que é de todos.

Ele começou, dizendo: “A minha tentativa e a minha humilde experiência nesta casa, em mais de três décadas, foi amenizar situações como a que o colega Lacerda falou, apesar de eu não me encontrar no plenário, naquela ocasião; amenizar, porque aqui agora já tem dois grupos, e não é um grupo de oposição, porque aqui não tem oposição, mas é o mesmo grupo que dá apoio ao prefeito Fábio Gentil e pede apoio, para deputada federal, a Amanda Gentil”.

E, continuando: “Mas esse grupo se dividiu, porque uma parte pede votos para Amanda Gentil e outra pede para Catulé Júnior. E isto é um sinal de que a casa tem um sub-grupo e começou a se dividir, no bom sentido, e faz uma política que ainda não foi autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelas leis eleitorais do nosso país. Como eu sei que aqui tem mais partidários desses candidatos, isso termina virando paixão e agressão. Uns são mais ávidos para agradar, e eu não condeno ninguém”.

Ressaltando, em seguida: “Não disse que o presidente desta Casa não deve falar, porque é o presidente desta casa e, em juízo ou fora dele, fala por esta casa. Apenas disse que o vereador Lacerda, ele legisla e o poder dele é aqui na cidade de Caxias. Eu não sou covarde. Tem vezes que pessoas usam desses instrumentos com medo de um pedido de resposta, deixando uma lacuna, e eu nunca deixei passar uma lacuna. Sou talvez um dos mais produtores dessa política que o prefeito Fábio Gentil pode fazer, mas não vou fazer de forma nenhuma, dizer aqui que, tudo o que for um pedido do prefeito eu voto, de forma nenhuma. Não vim para cá porque ele quis, eu devo ao povo e a Deus, estar aqui. Que diabo de vereador eu sou, se tudo o que o prefeito pedisse, aqui nesta casa, eu dissesse, sim senhor! Eu baixo a cabeça é para o povo, e para Deus, na hora das orações! Não nasci para ser subserviente”.

O vereador Catulé enfatizou também que coronel não briga com soldado. E disse:”Tem gente, aqui, que tá tomando gosto, e eu já não dei uma resposta merecida porque é só um tapa, no bom sentido, porque eu respeito os soldados que estão na rua combatendo do lado do prefeito. Mas caminhando na rua, ao lado do prefeito, tem marginal, marginal que engana o povo, que mente, que pratica essa maldita rachadinha, que não veio só dos Estados Unidos, do Rio de Janeiro, não. O homem que tem discurso não fica esperando para ver o que “a” ou “b” dizem dele, não. E essa casa hoje é unanimidade, e a unanimidade toda é ruim” Sou um aliado do prefeito Fábio Gentil. No dia que eu quiser eu rompo com ele, como rompi com o Léo Coutinho, sem ele poder dizer nada de mim”.

O decano da Câmara de Caxias ressaltou, porém, que tem emprego, que tem vida, e que se não for eleito passa pela porta do legislativo com o peito e a cabeça erguida, porque não tem processo na justiça. E chamou a atenção, para quem quiser lhe atirar pedras, que as lance só para frente, porque durante cinco anos na presidência, sabe muito bem quem cometeu adultério contra o povo e contra essa casa. “Não sou mais homem nem mais inteligente que ninguém, porque o risco que corre o pau corre o machado. Mas vou também de novo fazer uma súplica: vamos levar as coisas com decência, vamos levar a coisa na paz. Quer fazer graça, quer bajular, vai para o inferno”, enfatizou.

Ao final, observou que comportamentos fora do contexto podem levar parlamentares a se manter apenas neste mandato. “Tem muita gente que grita lá fora, mas quando chega aqui fica calado. Estes tem que tomar muito cuidado!”, disse, admitindo também que na Câmara não tem problema com nenhum colega, e que já chegou até a apoiar o colega Daniel Barros, que está na oposição, e está muito calado para seu gosto.

Depois, dirigindo-se ao presidente Teódulo Aragão, o vereador lembrou que na casa ele já participou de muitos combates, mas que confia na sensatez e na habilidade do jovem chefe do legislativo para corrigir desacertos.

Para Catulé, Teódulo Aragão já demonstrou capacidade para ações espetaculares na casa. “Eu o conheço desde menino. Ele chegou aqui sem nenhuma experiência. No entanto, ele já me viu aplaudi-lo por ações espetaculares, como foi caso de estabelecer um banco de sangue na CMC para colher doações, quando o Brasil, o Maranhão e muitas cidades estavam suplicando, pedindo socorro, devido à alarmante ausência desse precioso suporte à vida humana nos bancos de sangue do país”, concluiu.

Daniel Barros assegura que faz oposição por estar ao lado do povo e dos mais necessitados

Orador seguinte, o vereador Daniel Barros começou seu pronunciamento dirigindo-se ao colega Catulé, para lembrá-lo que entrou na casa como opositor e que estará opositor, enfatizando que “o homem tem que ter um lado, uma bandeira, e que valor financeiro troca de mão todos os dias, mas os valores morais, jamais!”. Ele repetiu, mais uma vez, que não faz oposição ao prefeito Fábio Gentil, mas que estará ao lado do povo. “As coisas boas irei aplaudir, as ruins, vamos combater”, ressaltou.

O parlamentar oposicionista lembrou que na data estava aniversariando o ex-prefeito Leonardo Coutinho, ora em Portugal, onde cursa doutoramento em direito. Depois, confrontando os colegas que na sessão passada haviam dito que o seu candidato ao governo do Estado, nas próximas eleições, o senador Weverton Rocha (PDT), nunca trouxera nada para Caxias, mostrou da tribuna a gravação de um vídeo do senador destacando duas emendas no valor de um milhão de reais, emendas impositivas, sendo 500 mil reais, para a saúde, e 500 mil reais, para a assistência social e conselho tutelar de Caxias.

“Estou do lado dele, porque ele está tendo ações progressistas, sempre ao lado dos trabalhadores e, acima de tudo, dos que mais precisam de uma política que possa ajudar toda a sociedade”, pontuou na oportunidade.

Daniel voltou a sua atenção, em seguida, para a saúde de Caxias, argumentando que a cidade hoje tem hoje 37 postos de saúde, e disse que andando em muitos deles, na semana passada, verificou que, quando falta medicamento, tem médico, e quando tem médico, falta medicamento; quando tem dentista, a cadeira está quebrada, e, quando as cadeiras estão funcionando, faltam os insumos para fazer uma obturação dentária.

“Ando nos postos médicos em defesa da população que precisa. Eu não faço isso para queimar a figura do prefeito de Caxias. Eu faço isso para que cada um de vocês possam ter, sim, uma saúde de qualidade, porque saúde pública se faz com atenção básica”, justificou, argumentando que já ocupou cargo na Secretaria Municipal de Saúde, e na sua época houve a implantação de oito postos de saúde, dois deles na zona rural, nos povoados Engenho d’Água e Baú. Os outros foram na Vila São José, na Vila Alecrim, no Luíza Queiroz, Campo de Belém, Cohab e Eugênio Coutinho.

“E o prefeito Fábio Gentil, em seis anos de governo, não entregou nenhum posto de saúde. Eu fico triste em ver essa realidade. Graças a Deus tenho plano de saúde, muita gente tem também, mas não é o que acontece com a maioria, como verifiquei na semana passada uma senhora que não tinha dinheiro para comprar medicamentos de pressão, e tive que ajudá-la a adquiri-los. No PAM, que é uma clínica médica especializada, faltam os especialistas, e quando tem, as vagas das consultas são marcadas para três meses depois. No Hospital Geral, em função do momento pandêmico, não está sendo feita nenhuma cirurgia eletiva, às vezes porque o equipamento está quebrado e demora uma ordem do prefeito, da secretária de saúde, para recuperá-lo.”, salientou.

Barros afirmou que não estava dizendo que o prefeito, a secretária, estavam errados, porque muitas vezes certas coisas faltam, quebram, mas sua defesa é para as pessoas menos favorecidas, aquelas pessoas que não tem aquela famosa peixada, que possam ter acesso à sua saúde e não precisem de um vereador, de um agente político, para poder fazer às vezes troca de favores.

Ele denunciou também que as pessoas que trabalham contra a covid-19 estão quatro meses sem receber salário, muitos inclusive demitidos com o salário atrasado. E se prontificou a contratar até um avião, para cobrar sonoramente do céu o pagamento atrasado desse pessoal ao prefeito, copiando o que um circo está fazendo no momento sobre Caxias, chamando a população a participar de seus espetáculos.

O vereador oposicionista aplaudiu o reajuste salarial dos professores do município, mas ressaltou que ficou sem entender porque professores aposentados e pensionistas não o receberam, mesmo com a lei lhes assegurando o mesmo direito.

Fechando o seu pronunciamento, disse:“Eu estou satisfeito, porque aqui, nesta Câmara, eu estou só, mas na rua, a multidão, a sociedade, está comigo ao lado do povo. Afirmo que não irei vender a minha candidatura a deputado federal, porque sou um projeto para Caxias, para o Maranhão e, acima de tudo, um homem que faz história através da sua caminhada”.

Daniel Barros foi aparteado na ocasião pelo vereador Catulé, que reclamou do silêncio por parte dos defensores do prefeito contra as colocações que o parlamentar estava fazendo, e foi confrontado com a argumentação do vereador Darlan Almeida (PL), que imediatamente salientou que toda resposta deve ser dada em tempo certo.

Segundo Darlan, é preciso que todos olhem mesmo com muito carinho pela saúde das pessoas, que é muito importante, mas no seu entendimento está havendo no momento muito mais preocupação com eleição do que com a saúde do povo caxiense.

Durval Júnior defende respeito ao direito de cada colega se posicionar

Usando a tribuna depois, o vereador Durval Júnior disse que, aquele lugar, de fato, era o espaço dos parlamentares poderem levar à população o que acontece na cidade, e salientou que na casa existem vereadores que lutam a cada dia por suas bases, e é preciso que todos os respeitem. “Mas nós não podemos, de forma alguma, nos sentirmos ameaçados, ou violentados de qualquer forma. Quando está no plenário, onde o povo o colocou, o parlamentar tem que botar uma coisa dentro de si, que é estar preparado para qualquer que seja a guerra. E tenho certeza, Caxias, que o Durval é um homem preparado para qualquer guerra. Mas a guerra do bom debate, de um bom diálogo, de dizer para Caxias o que eu penso, de levar para minhas bases o respeito que eu tenho por elas”, ressaltou.

Durval enfatizou que respeita a oposição, mas tem a dizer que o que foi relatado na tribuna tem muita coisa que está suspeita. “Nós estamos fazendo a reforma do posto de saúde do povoado Engenho d’Água. Vamos entregar o posto todo novo, com todos os móveis prontos. Na Vila Paraíso está sendo construída uma UBS, que no momento está funcionando numa casa de projeto. Mas lá está sendo construída uma UBS e muitas outras coisas”, justificou.

Direcionando palavras ao vereador Daniel Barros, o parlamentar ressaltou que ele tem todo o direito de defender suas candidaturas, assim como ele também tem todo o direito de contradizê-lo e todo o direito de proteger o que povo a que pertence, mas com a ideologia de nunca esquecer o povo.

“Sei que eu, aqui, não tenho família de sangue nesta cidade, mas eu tenho verdadeiros irmãos por ruas e bairros onde trabalhei. E os irmãos que me seguem estão preparados para qualquer guerra. Eu não sei o que é medo em meu dicionário. No dia que sofri um atentado, que um assaltante caiu de bala em mim e eu caí de bala nele, botei uma cerveja na mesa e minha mulher me perguntou se eu não tinha sentido nada. E eu disse, eu, eu não sei o que é medo. Eu sei muito o que é respeito, respeito a uma criança pequenininha até um idoso de alto grau, pois o respeito é que mostra a criação que você é!”, explicou.

Durval Júnior complementou que o colega Daniel está correto, mas que sendo situação ele também que defender o que está certo. Ressaltou que seu grupo tem um candidato a deputado estadual, que é a deputada Daniella, que já chegou trazendo benfeitorias para o município; e que Carlos Brandão, que é o candidato a governador, já trouxe muitas benfeitorias para Caxias, da mesma que a pré-candidata a deputada Amanda Gentil, que já está fazendo muito pelo município.

“Então, como é, que eu senador da República, venho a Caxias e não trago nada para Caxias?!”, indagou, lembrando a última visita do senador Weverton Rocha, candidato de Barros, à cidade na semana passada. Para Durval, isso significa que os caxienses não estão nos planos do senador.

Durval Júnior foi aparteado pelo colega Júnior Barros (PMN), que concordou com a manutenção de posicionamento do grupo em que participam, onde a maioria está apoiando políticos que realmente tem trabalhado prestado a Caxias. “Ouvi há pouco o vereador Daniel Barros dizer que apoia um cara preparado para governar o Maranhão, um cara que na vida pública é cheio de processos, de desvios. E quem está dizendo isso não sou eu não. Vá na internet e procure pesquisar quem é o candidato do vereador! E aqui não tem nenhum calado não, vereador Catulé, há é o respeito na hora que as partes são liberadas. Aqui nenhum estava calado não! Estávamos respeitando o regimento”, frisou.

Júnior Barros ressaltou que o colega oposicionista fez um discurso contundente, mas contraditório, porque ele próprio, na época em que era secretário adjunto de saúde de Caxias, paga um processo. “Então, como é que aqui ele vem apontar erros, se não tem direitos. Aqui nesta casa tem que se mostra a verdade, a realidade da alma, e não passar por puritano e defensor do povo. O nosso candidato, sim, é uma pessoa honesta, íntegra e ficha limpa”, afirmou, dizendo do vice-governador Carlos Brandão.

Agradecendo o aparte do colega e o incorporando ao seu pronunciamento, Durval encerrou suas palavras dizendo que os colegas tem que respeitar o trabalho de cada um e tem também o direito de discordar, recomendando que na próxima sessão, aqueles que se sentiram diminuídos, se inscrevam no grande expediente e façam a sua tese de defesa. Para ele, no entanto, é hora de partir para cima, porque está chegando o momento eleitoral, de debates, e os debates irão se acalorando cada vez mais, e todos devem estar preparados.

Ele concluiu afirmando que se o seu grupo está conseguindo fazer mais positivamente por Caxias, sem deputado federal, e agora com a chegada de uma deputada estadual que já está ajudando, o momento é para dizer que ele é vitorioso, e com seus candidatos eleitos, com certeza o prefeito Fábio Gentil vai ter mais condições de fazer por Caxias, dar respostas positivas às suas bases eleitorais, porque os políticos são eleitos pelas pessoas que os colocam na vida pública.

Ricardo Rodrigues sugere à bancada uma atenção maior aos problemas da cidade

Preferindo participar do seu assento no plenário, o vereador Ricardo Rodrigues fechou o bloco de oradores no grande expediente, salientando que ouvira atentamente o que todos que o precederam disseram, mas especialmente o vereador Daniel Barros, quando ele colocou a questão dos postos de saúde construídos no município de Caxias.

Para o líder do governo na casa, o colega tinha razão em dizer da rede de UBS construída no mandato do saudoso ex-prefeito Humberto Coutinho, e valia destacar também o montante de recursos mandados para Caxias pelo governo federal e também pelo pai governador que aquele prefeito teve. “Todas as obras, senhor vereador, construídas neste município, foram obras custeadas por recursos federais e por recursos estaduais. Procura-se uma obra, nos governos Humberto Coutinho e Léo Coutinho, com recursos próprios, e ninguém vai encontrar”, afirmou, iniciando.

No entendimento de Ricardo Rodrigues, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi um pai para Caxias, assim como para outras cidades do nordeste, e só em Caxias foram mais de 12 mil casas de conjuntos habitacionais. Segundo ele, todo mundo pode falar o que quiser dele, mas foi um pai, principalmente para as cidades do nordeste.

A liderança destacou também que é muito fácil trabalhar com recursos em abundância, a nível de município, a nível de Estado e a nível de governo federal. E assinalou que o próprio vereador Daniel, que foi secretário adjunto de Saúde de Caxias, parece agora que nunca morou aqui, apenas exercia o cargo, porque, pelas colocações que ora coloca, não existiam problemas naquele momento.

Rodrigues revelou ainda que a esposa do próprio Daniel, que sentava em uma das cadeiras da CMC na época, responde a processo até hoje porque recebia dinheiro do município sem trabalhar. E convidou o colega a estudar mais sobre a história de Caxias, até porque ele chegou ontem na cidade.

O orador chegou a admitir a inteligência do oposicionista, que faz discursos importantes e que servem para a base do governo ir em busca de informações para que os problemas possam ser resolvidos. Mas reforçou que cada membro do legislativo caxiense tem a sua linha de pensamento e a forma de se posicionar, uns mais agressivos, outros mais técnicos, todos trabalhando para o bom funcionamento da máquina única.

Em relação às colocações de Daniel Barros a respeito de falta de pagamento da prefeitura a servidores que trabalham na pandemia do covid-19, Rodrigues disse que desconhece o fato dos mesmos estarem quatro meses sem receber seus proventos. Contudo, disse que vai usar a informação do colega para ouvir a secretária de Saúde, a respeito, justificando que, se existir o problema, ele será resolvido.

Chamando a atenção do plenário, diante das discussões acaloradas que foram protagonizadas por quase todos os oradores durante a sessão, sugerindo um foco maior à solução dos problemas do município, ele mais uma vez fez um apelo à casa, informando que a eleição que vai reconduzir o mandato de todos será no ano de 2024.

Teódulo Aragão recomenda que a campanha política atual transcorra fora das dependências da CMC

Em suas considerações finais, o presidente Teódulo Aragão agradeceu as palavras da vereadora Irmã Nelzir, pelas ações que o legislativo realizou em parceria com o Hemomar de Caxias, arrecadando 94 bolsas de sangue para o banco de sangue do órgão, no mês de janeiro passado.

Segundo o vereador Teódulo Aragão, o trabalho contou com a participação de todos os assessores dos vereadores, dos próprios vereadores e servidores da casa, dando um exemplo à população caxiense e para os parceiros daquilo que é possível fazer para salvar vidas.

O presidente da CMC elogiou o comportamento dos pares na movimentada sessão, e também se dirigiu ao vereador Luís Lacerda, para dizer-lhe que em nenhum momento quis diminuir a sua personalidade, o seu trabalho, assegurando que o que fizera na sessão anterior foi uma comparação e não uma defesa de “a” ou de b”, de situação ou oposição, admitindo até porque não tinha que defender o projeto que foi aprovado por unanimidade, inclusive com o voto do próprio Lacerda.

Teódulo disse que não falhou com o regimento interno da Casa, como chegou a ser ventilado por alguns, justificando que não havia tomado partido por ninguém, e apenas fez uma comparação, porque o assunto que estava sendo tratado era o projeto de lei que aumentaria o salário dos professores caxienses acima do piso do governo federal.

Ele explicou que, não obstante a isso, o assunto viralizou nas redes sociais, e deu a impressão de que passara uma reprimenda no colega, quando na verdade é admirador do seu trabalho, ficou muito feliz com o retorno dele à CMC, até porque, mesmo fora do mandato de vereador, ele todos os dias era visto ajudando as pessoas nos hospitais, nos postos de saúde, fazendo um trabalho para aqueles que confiam na sua palavra.

O presidente do legislativo assegurou também que em nenhum momento quis diminuir o trabalho da administração de São João do Sóter, especialmente da irmã de Lacerda, que é vice-prefeita, porque tanto a prefeita como a vice-prefeita foram reeleitas e muito bem votadas na última eleição, e pediu desculpas, em seu nome pessoal e da mesa diretora, se os citados se sentiram feridos ou se sentiram mal com suas colocações.

Teódulo revelou que no dia que tiver que deixar a imparcialidade do cargo, simplesmente se dirigirá à tribuna da CMC para defender seus pontos de vista, como o fazem seus pares durante as sessões. Mas, na condição de presidente da casa, sua atitude será a de buscar o diálogo, o entendimento, até porque o trabalho de 2021 transcorreu de forma tranquila, mesmo havendo os embates que são muitos naturais em um parlamento como a Câmara de Vereadores de Caxias, para o povo e pelo povo caxiense.

Ele admitiu que todos já estão vivenciando uma campanha política federal, estadual, mas observou que é preciso deixar essa campanha fora da casa, cuidar dos interesses maiores da cidade, reservando-a para o tempo livre que todos dispõem após os trabalhos parlamentares, onde cada um pode agir com responsabilidade e bom senso da forma que julgar mais conveniente.

Ascom/CMC