quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Familiares de maranhense morta em acidente de ônibus no DF pedem justiça: 'não tinha assistência da empresa'  

Além de Maria Elisete, que era natural de Barra do Corda, outros dois maranhenses morreram após um ônibus de turismo tombar na BR-070, em Ceilândia  

Os familiares da maranhense Maria Eliete Gomes da Silva, de 57 anos, uma das cinco pessoas que morreram após um ônibus de turismo tombar na BR-070, no Distrito Federal, pedem justiça.

“Ela não merecia morrer do jeito que morreu. Quero justiça”, afirma Simar Coelho, marido da vítima.

O sobrinho de Eliete, Patrick Henrique, relata ter percebido algo de errado logo no ponto de embarque, pois a empresa responsável pelo veículo, segundo ele, oferecia nenhuma assistência aos clientes.

“A gente viu que tava errado. Não tinha assistência da empresa. A gente não sabe como ela comprou essa passagem, com que ela comprou. A gente só sabe que o preço da passagem foi de R$ 250”, relata Patrick.

Além de Maria Elisete, que era natural de Barra do Corda, outros dois maranhenses morreram no acidente em Ceilândia:

* João Freire de Sousa, de 57 anos, natural de Coroatá;

* Maria de Deus Fernandes Crateus, de 64 anos, natural de Caxias.

Durante o percurso, o ônibus passou por três postos da PRF no Maranhão - em Caxias, Barra do Corda e Porto Franco. No entanto, somente no Distrito Federal o veículo foi barrado.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a corporação e fiscais da agência constataram que o transporte de passageiros estava sendo feito de forma clandestina.

Em seguida, o veículo seria escoltado até o terminal rodoviário de Taguatinga, onde os passageiros seguiram viagem por linha regular, sob responsabilidade da empresa infratora. No entanto, segundo a ANTT, o motorista do ônibus tentou fugir pela BR-070, causando o acidente.

Ainda segundo a ANTT, além do veículo não ter autorização para transportar passageiros, ele estava sem seguro e com pneus carecas. No ônibus estavam 32 passageiros e dois motoristas. Cinco pessoas morreram e 17 ficaram feridas.

Justiça mantém prisão dos suspeitos


O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) decidiu manter, nesta segunda, a prisão do motorista e do dono da empresa responsável pelo ônibus. Alexandre Henriques Camelo, de 56 anos, e o motorista, Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, de 32 anos, são pai e filho, e foram presos em flagrante ainda no sábado.

Os dois passaram por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira e o TJDFT converteu as prisões para preventivas. Segundo a Polícia Civil, os dois devem responder por homicídio qualificado e lesão corporal.

Na decisão desta segunda, a juíza Bruna de Abreu afirmou que a prisão é necessária porque os dois suspeitos já demonstraram o desejo de fuga, que a propósito, segundo a juíza, foi o motivo do acidente.

Na sentença, a juíza cita o total desrespeito à autoridade estatal que já escoltava o ônibus e "em manifesto desprezo à vida humana", Felipe e Alexandre "assumiram o risco de ocasionar o sério acidente", "tudo isso para fugir de uma simples autuação administrativa".

Inicialmente, a defesa dos investigados informou que não iria se manifestar, mas, no início da noite desta segunda negou que o motorista tenha fugido da escolta e afirmou que suspendeu temporariamente todas atividades, incluindo viagens programadas e expediente da empresa, enquanto aguarda decisões da Justiça. (G1/MA)