quinta-feira, 20 de junho de 2024

Brandão faz tudo (e muito mais) por Rafael Leitoa em Timon e deixa Fábio Gentil "a ver navios" em Caxias; prefeito caxiense está apenas recebendo tapinhas nas costas num momento crucial 

Blog do Sabá

Fabio Gentil ver o esforço descomunal em torno da candidatura 
de Rafael Leitoa em Timon e em Caxias seus auxiliares trabalham
abertamente contra seus interesses 

Está claro para muitos, e escancarado para todos, a indiferença que o governador Carlos Brandão está dispensando ao prefeito de Caxias, Fábio Gentil, num momento crucial para a sua sobrevivência política.

É tão gritante o incômodo tratamento que Brandão dispensa ao prefeito caxiense que basta fazer uma comparação superficial do esforço do mesmo na vizinha Timon, onde conseguiu o que parecia impossível para fortalecer a candidatura do deputado Rafael a prefeito do município, que qualquer analista político, por mais inexperiente que seja, consegue enxergar no mínimo a falta de boa vontade do gestor estadual para com o congênere local.

A última do governador foi convidar o vereador Daniel Barros para uma conversa nesta segunda-feira, 17, horas antes do mesmo bater o martelo com o deputado Josimar de Maranhãozinho sobre a união com Paulo Marinho Júnior.

No encontro ocorrido no Palácio dos Leões, CB foi extremamente econômico nas palavras e não fez mais do que perguntar para Barros sobre a possibilidade de composição com Fábio Gentil, que estava presente, o que ficou fácil para o moço dizer que não devido ao discurso adotado por ele nos últimos anos.

Ao não esticar o assunto, Brandão deixou claro que não tinha um mínimo de interesse em fechar um acordo com o Fiscal, uma vez que uma conversa com alguém que quer alguma coisa não pode ser feita sem oferecer coisa alguma.

A única coisa que CB realmente conseguiu ao convidar Daniel Barros para o Palácio foi inflar o ego do moço, que logo em seguida se dirigiu ao escritório do deputado Josimar de peito estufado por ter dito um não ao maior nome da política estadual e com isso negociar um acordo em melhores e confortáveis condições.

Os gestos e ações do governador em solo caxiense, sejam em questões políticas ou em parcerias administrativas, mostram uma distância gigantesca entre o que fizeram outros governantes com seus parceiros na princesa do sertão nos últimos 30 anos.




Em toda sucessão municipal, o mínimo que um governador faz por seu aliado em Caxias é a destinação de asfalto para recuperar ruas depois de um inverno rigoroso, cujo término das chuvas coincide com a fase da pré-campanha. Até agora não se viu um único centímetro de parceria nessa seara, tendo o gestor caxiense conseguido alguma coisa por conta dos cofres municipais e emendas da deputada Amanda Gentil.

Também não precisa ser especialista em política para ficar estarrecido quando a filha de uma assessora pessoal de CB fica se aventurando na política caxiense e contando com boa parte do aparato estadual a seu favor no terreiro de Fábio Gentil. Outros assessores graduados da máquina estadual também desrespeitam Fábio Gentil quando fazem campanha declarada contra suas pretensões municipais.

Continuando nas comparações com a cidade vizinha, nem contratado de órgão estadual se atreve a acenar contra os interesses políticos de CB em solo timonense, enquanto em Caxias tem-se a impressão de que aqui é terra de ninguém e secretários estaduais agem a vontade e chegam a falar até mesmo o nome do governador para defender seus interesses contra o prefeito caxiense sob o silêncio (ou será consentimento?!) de Brandão.

O que CB está permitindo (e fazendo) com Fábio Gentil em Caxias não encontra paralelo em outros momentos da política caxiense.

Edson Lobão agiu firme e forte para ajudar o aliado Hélio Queiroz em 1992, quando colocou um interventor no município para ajudar o amigo nas eleições daquele ano.

Roseana Sarney parecia que não tinha outros aliados no município quando a família Marinho estava no comando da Prefeitura.

Jackson Lago foi a mão forte e amiga de Humberto Coutinho na sua reeleição em 2008.

Já o então governador Flávio Dino, antecessor de Brandão e um exemplo a ser seguido, foi um capítulo à parte na trajetória política de Humberto Coutinho, pois foi um aliado de todas as horas e fez de tudo mesmo quando a reeleição de Léo Coutinho se mostrava inviável. Dino foi um aliado perfeito e não abandonou o amigo Humberto em nenhum momento que sua mão amiga se fez necessária.

Antes mesmo do início dos debates sobre a escolha do sucessor de Flávio Dino, Fábio Gentil se colocou a frente na missão de levar e defender o nome do vice-governador no meio político Maranhão afora enfrentando o até então promissor Weverton Rocha.

Fábio foi o aliado certo, na hora certa, que Carlos Brandão tanto precisava nos primórdios das suas pretensões de se tornar governador.

A última vinda do governador a Caxias, quando entregou uma praça e um micro-ônibus, serviu também para fotografias e tapinhas nas costas para afagar o prefeito e nada mais.

Caxias tem na sua tradição política o respeito e a ajuda dos governadores por seus partidários no município.

O atual está quebrando essa tradição e mostrando, da sua maneira, como tratar um aliado que um dia já foi importante.

Mas Fábio Gentil já conseguiu grandes feitos na política tanto municipal quanto regional. Foi eleito prefeito em 2016 contra a máquina estadual representada pelo Palácio dos Leões e pela Assembleia Legislativa, e no município pela Prefeitura, assim como elegeu a companheira deputada estadual e a filha deputada federal nas últimas eleições.

Já tem um histórico de sucesso contra grandes adversários, sejam eles declarados ou não.

A história e a tradição política de Caxias lhe mandam lembranças, governador...